Ação do IRB dispara, apesar do prejuízo de R$ 62,4 milhões. O pior já passou?

A questão agora não é mais se a resseguradora sobreviverá, mas quão lucrativa ela pode ser. Em junho, a empresa teve prejuízo de R$ 292,6 milhões

Os investidores parecem ter aprovado o prejuízo de R$ 62,4 mihões em julho divulgado pela resseguradora IRB (IRBR3) nesta quarta-feira (23). As ações da companhia subiam 8,7% às 11h. Parece um contrassenso, mas está longe disso. Significa provavelmente que o pior já passou.

“Embora reconheçamos que a visibilidade continua baixa, a empresa definitivamente parece em muito melhor forma hoje. Em nossa opinião, o aumento de capital foi muito bem-sucedido, considerando todos os aspectos, e a lacuna de liquidez regulatória parece estar a caminho de ser 100% resolvida em um futuro não muito distante. O conselho mudou muito e a alta administração foi totalmente substituída” escreve Thomas Peredo, analista do BTG Pactual, em relatório recente.

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Para o especialista, a questão agora não é mais se o IRB sobreviverá, mas quão lucrativo ele pode ser. O prejuízo em junho havia sido de R$ 292,6 milhões, de acordo com dados não auditados e enviados à Superintendência de Seguros Privados (Susep). 

A expectativa do BTG é que, no terceiro trimestre, a empresa divulgue prejuízo de cerca de R$ 140 milhões. No ano, a projeção é de um prejuízo de R$ 810 milhões.

“A combinação de limpeza da casa, apoiada por uma investigação forense, balanço patrimonial mais forte (reservas técnicas de cerca de R$ 3 bilhões mais aumento de capital de R$ 2,3 bilhões) e mudança completa de a alta administração, liderada pelo presidente Antonio Cássio, nos leva a crer que o pior da crise do IRB já passou”, afirma Peredo.

Prêmios emitidos

Em julho, o faturamento bruto em julho (prêmio emitido) somou R$ 1,5 bilhão, alta de 100,8% em relação ao mesmo período de 2019, sendo R$ 1 bilhão no Brasil e R$ 531 milhões no exterior – expansão de 133% e 58,8% respectivamente, na mesma base de comparação.

“O crescimento em julho de 2020 decorre da renovação, com crescimento de coberturas, de um contrato no segmento de petróleo emitido no mês”, afirmou a resseguradora em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A despesa de sinistro foi de R$ 638,3 milhões, com um índice de sinistralidade de 97,1% no mês de julho, revertendo a tendência observada no primeiro semestre de 2020, que apresentou uma sinistralidade de 108%. Quando excluídos os sinistros dos negócios não continuados, o índice fica em 73,2%.

*Com Reuters

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