Aliados de Maia dizem que novo imposto está no centro da briga com Guedes
Maia disse diversas vezes que é contra o novo imposto defendido pelo ministro


Para aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a divergência em torno da criação de um imposto sobre transações financeiras é o principal motivo do novo desentendimento entre ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Maia disse diversas vezes que é contra o novo imposto defendido pelo ministro.
Nessa quinta-feira (3), coube ao presidente da Câmara revelar a existência de uma nova crise com o ministro – disse que Guedes impedira que dois de seus auxiliares almoçassem com ele.
Afirmou também que não negociaria mais com o ministro e sim com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
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Já o Ministério da Economia tenta minimizar o tamanho da crise e da participação de Maia na aprovação de medidas como a reforma administrativa.
Por lá, a versão é de que o fortalecimento da base governista na Câmara e a atuação do novo líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), tornam a atuação de Maia menos necessária. O diálogo entre o ministério e o Congresso se daria via Secretaria de Governo.
Na Economia, a reação de Maia é vista como uma manifestação de ciúmes pela perda de parte do protagonismo na relação com o governo de Jair Bolsonaro.
Um ministro disse à CNN que Guedes via com desconfiança a atuação do presidente da Câmara e suas conversas com integrantes da equipe econômica.
Para esse integrante do governo, a irritação de Guedes com a resistência à nova versão da CPMF reforça sua dificuldade de negociar e de ceder.
Um outro deputado disse que o ministro da Economia busca aprovar o novo imposto com a mesma ênfase com que tentou implantar o sistema de capitalização na reforma da Previdência, medida que acabou não sendo incluída.