Cenários de recuperação econômica são incertos e diferentes de 2008
Enquanto a diretora geral do FMI diz que retomada pode acontecer se vírus for contido, economista chefe da XP vê condições diferentes na crise atual ante 2008


Para além da pandemia,o coronavírus trouxe também uma crise econômica refletida nos números do mercado neste trimestre: dólar fechou o mês cotado em R$ 5,19 e a bolsa fechou o período em queda acumulada de 29,90%, a quarta maior da história.
Segundo Kristalina Georgieva, diretora geral do FMI, os números podem até ser piores que os da crise de 2008, mas a esperança é que a retomada seja mais rápida que o previsto. “Claro que entramos em uma recessão tão ruim ou pior que em 2009. Estamos projetamos recuperação em 2021 e podemos ter uma retomada, mas apenas se conseguirmos conter o vírus em todos os lugares e garantir que problemas de liquidez se tornem oportunidades”, disse.
Para Fernando Ferreira, estrategista-chefe XP investimentos, a recuperação pode ser mais rápida pelos motivos da crise. “Essa crise vai ser mais brusca e abrupta do que a de 2008, que foi muito mais bancária e afetou mais o sistema financeiro do que da economia real. Essa crise é o oposto, é um choque. Os governos têm papel fundamental para fazer que empresas que pararam consigam sobreviver. Caso a gente veja falências, isso vai fazer com que a recuperação seja muito mais lenta”, disse.