Crise provocada por pandemia pode tirar R$ 64 bilhões da arrecadação de estados

Com o gasto que o governo federal deve ter para ajudar estados e municípios, especialistas acreditam que a dívida do país deve subir para mais de 80% do PIB

 
Desde que o combate do novo coronavírus começou no Brasil, os gastos com medidas emergenciais começaram a aumentar dia após dia. Já a arrecadação despencou.
 
O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) representa 20% das arrecadações dos estados e 7% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Hoje, ele é afetado de duas formas: com a paralisação da indústria, comércio e serviços; e com a diminuição no preço do combustível devido à crise mundial do petróleo.

Com isso, os estados brasileiros estimam perder R$ 64 bilhões em arrecadação.

“E onde vai bater esse problema? No Tesouro Nacional, na União. Já que os estados não podem emitir títulos públicos próprios de dívida, quem provavelmente vai financiar esse rombo dos estados é o Tesouro Nacional, e a União que vai ter que se financiar junto ao Brasil inteiro e também investidores internacionais”, diz Fábio Klein, da Tendência Consultoria.

Isso acontece no momento em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, falava que o Brasil retomava o crescimento.

Com todo o gasto que o governo federal deve ter para ajudar estados e municípios, especialistas falam que a dívida do país deve subir de 76% para mais de 80% do PIB.

Para Klein, a equipe econômica do governo precisa apresentar logo um plano pós-pandemia para tentar tranquilizar os investidores e diminuir os efeitos da crise. 

Um outro ponto importante, de acordo com Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, é garantir que os gastos do governo sejam suficientes para minimizar a crise social no pós-coronavírus.

Além disso, segundo ele, é fundamental que os gastos feitos para combater a pandemia não se tornem permanentes. 

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