Em dia volátil, dólar tem quarta alta seguida, na esteira de exterior instável
Investidores reagiaram a dados sobre o desemprego nos Estados Unidos, forneceram novas evidências do impacto econômico da pandemia de coronavírus


O dólar emendou a quarta alta consecutiva frente ao real nesta quinta-feira (16), em sessão que acompanhou a volatilidade nos mercados externos. No fim da sessão, fechou em valoriação de 0,27%, a R$ 5,2565 na venda.
A alta reflete a demanda por segurança diante de mais evidências da profunda recessão que se abaterá sobre a economia global. Depois de uma repercussão errática, o mercado interpretou os dados de auxílio-desemprego, do setor imobiliário e de atividade empresarial nos Estados Unidos como novos e claros sinais da gravidade da recessão que se avizinha.
Um recorde de 22 milhões de norte-americanos solicitaram seguro-desemprego no mês passado, o que quase apagou toda a geração de empregos desde a Grande Recessão.
“Resumindo: o desemprego e a perda na renda continuam sendo uma grande questão; elevam a pressão para medidas adicionais de alívio”, disse o conselheiro econômico principal da Allianz, Mohamed A. El-Erian.
A expectativa em torno de anúncio de novas orientações pela Casa Branca para a reabertura da economia dos EUA também deu o tom durante os negócios, com alguns Estados já prorrogando o isolamento para conter a pandemia do novo coronavírus até 15 de maio. Isso aumenta o receio de que a economia fique paralisada por mais tempo, com mais danos.
“O início de uma das temporadas de resultados corporativos mais incertas de todos os tempos, acompanhada de dados econômicos catastróficos na maior economia do mundo, mantém ativos de risco operando de forma errática na semana”, disse Victor Beyruti Guglielmi, economista da Guide Investimentos.
O Banco Central (BC) brasileiro interveio neste pregão, colocando todos os 10 mil contratos de swap cambial tradicional (US$ 500 milhões) disponibilizados em oferta líquida. A divisa desacelerou os ganhos momentaneamente, mas depois retomou o fôlego e renovou máximas.
No ano, dólar sobe 30,99%, o pior desempenho para o real, considerando os quatro primeiros meses de ano, desde pelo menos 2003.
*Com informações da Reuters