Dólar fecha em queda pela 5ª sessão consecutiva, a R$ 5,35

Moeda dos EUA acumula baixa de quase 7% nesses cinco dias. Foi a mais longa série de baixas desde dezembro de 2019

Dólar vai a R$ 5,35, na quinta sessão consecutiva de perdas
Foto: Gary Cameron/Reuters

O dólar fechou em forte queda contra o real nesta terça-feira (26), na casa dos R$ 5,35, em meio ao otimismo no exterior e à percepção de menor risco político no cenário local.

A moeda dos Estados Unidos terminou o dia em baixa de 1,80%, a R$ 5,3599 na venda. Em maio, a desvalorização acumulada é de 1,44%. 

Foi a quinta sessão consecutiva de queda, a mais longa série do tipo desde dezembro de 2019. 

Nesses cinco pregões, a moeda cedeu 6,96%, maior recuo de cinco dias desde o fim de outubro de 2008, quando os ativos financeiros globais começavam a reagir a medidas de estímulos adotadas por bancos centrais para prover liquidez ao mercado, abalado pela crise financeira mundial.

A terça-feira foi de queda generalizada do dólar. A moeda norte-americana cedia 0,7% no fim da tarde contra uma cesta de rivais e mostrava perdas entre 1,3% e 1,7% contra divisas de risco. 

O economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, sigla em inglês), Robin Brooks, destacou que os mercados emergentes, em geral, estão em rota ascendente desde o fim da segunda semana de maio, quando o sentimento negativo parecia já estar “muito esticado”.

“Essa tendência (de melhora) pode continuar, devido às já fortes saídas de recursos em março e abril bem como a preços ainda muito favoráveis”, disse no Twitter.

Ele chamou atenção para os números negativos do fluxo de investimento em carteira (ações e renda fixa) no Brasil em abril – quando houve saída líquida de US$ 8,153 bilhões –, após debandada recorde de US$ 22,223 bilhões em março.

De toda forma, com a queda nos últimos cinco pregões, o dólar acumula desvalorização de 1,44% em maio. Em 13 de maio, quando fechou no recorde nominal de R$ 5,9012, a cotação acumulava ganho de 8,52% no mês.

Fernando Bergallo, sócio da FB Capital, ponderou que a baixa do dólar pode estar sendo reforçada por operações relacionadas à definição da Ptax de fim de mês. Para ele, não “seria surpresa” se o dólar voltasse a subir após a formação da Ptax – taxa calculada pelo Banco Central e que serve de referência para liquidação de derivativos.

“Além disso, o mercado fica cada vez mais de olho, com mais preocupação, no cenário pós-pandemia, com falta de certeza política, fiscal e com riscos ao rating”, completou, dizendo que ainda é “muito cedo” para se falar em “ponto de inflexão” para o câmbio.

Em 2020, o real ainda perde 25,13%, maior queda entre as principais moedas globais.

*Com Reuters

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