Após três sessões no negativo, dólar sobe mais de 2% e termina a R$ 5,10
Investidores continuam receosos diante da rápida disseminação do coronavírus; no acumulado em seis semanas consecutivas, a alta é de 18%

Após três sessões em queda, o dólar voltou a registrar valorização nesta sexta-feira (27), superando o patamar de R$ 5,10. O movimento reflete pessimismo internacional sobre os impactos econômicos do coronavírus e a ruídos políticos domésticos envolvendo o governo federal.
A moeda norte-americana fechou esta sexta em alta de 2,22%, a R$ 5,1066. No acumulado da semana, a cotação ganhou 1,58%. Em seis semanas consecutivas de alta, o dólar disparou 18,73%.
O clima nos mercados é, mais uma vez, de aversão a risco, com os investidores receosos diante da rápida disseminação da pandemia do novo coronavírus, que está obrigando países do mundo todo a interromper suas atividades em tentativa de frear o contágio.
Na máxima da sessão, se aproximou dos R$ 5,13, num pregão de fortalecimento da divisa frente a rivais emergentes.
Segundo nota da Correparti Corretora, a valorização do dólar nesta sexta-feira aconteceu “à medida que os investidores digerem as iniciativas dos países no intuito de conter os abalos econômicos da COVID-19”.
Além disso, disse que “internamente, em meio aos esforços por parte do governo de antecipar os efeitos futuros da pandemia, existe grande turbulência política contra o Executivo, em especial contra o chefe do Executivo”.
Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro foi duramente criticado por pronunciamento em rede nacional que fez na noite de terça-feira, no qual minimizou o coronavírus e defendeu a reabertura do comércio e de escolas, além da limitação do isolamento a idosos e pessoas portadoras de doenças.
O posicionamento do presidente entra em conflito com medidas adotadas por Estados e municípios de todo o país, que estão defendendo interrupção das atividades para evitar uma disseminação descontrolada da doença.
Governadores dos 26 Estados e do Distrito Federal enviaram na quinta-feira uma carta a Bolsonaro, na qual pedem que o governo federal disponibilize recursos às Unidades da Federação para o combate ao coronavírus.
Na noite de quarta-feira, o presidente afirmou no Twitter que não está tratando a pandemia de coronavírus com descaso.
*Com informações da Reuters