Em novo recorde, balança comercial registra superávit de US$ 6,1 bi em setembro
É o melhor valor para meses de setembro em toda a série histórica, iniciada em 1989. No mesmo mês do ano passado, o superávit foi de US$ 3,803 bi


Com alta de 62,1%, a balança comercial brasileira registrou saldo superavitário em US$ 6,164 bilhões em setembro. É o melhor valor para meses de setembro em toda a série histórica, iniciada em 1989. No mesmo mês do ano passado, o superávit foi de US$ 3,803 bilhões.
Os números foram divulgados pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira (1º). Puxado por recuos de 25,5% nas importações e 9,1% nas exportações, o resultado é saldo entre US$ 18,459 bilhões em vendas para o exterior e US$ 12,296 em compras internacionais.
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A forte queda nas importações brasileiras reflete os impactos da pandemia de Covid-19 no comércio exterior, do fraco desempenho da atividade econômica global, bem como da alta do dólar. Apesar do recuo na média diária de exportações, a desvalorização cambial também favorece o cenário para os produtos brasileiros no comércio exterior, uma vez que os mesmos se tornam mais competitivos.
Apesar do saldo positivo de setembro, a corrente de comércio, que serve como termômetro para a atividade econômica, caiu 16,4% em relação ao mesmo mês de 2019. O indicador, que soma as exportações e as importações brasileiras, totalizou US$ 3,755 bilhões em setembro.
Exportações e importações
Na importação, todos os setores registraram queda, puxados pela indústria extrativa, que despencou 50%. Em seguida, a indústria de transformação caiu 24,8% e a agropecuária recuou 2,8%.
Já na exportação, apenas o setor agropecuário foi positivo, com alta de 16%. Já as indústrias extrativa e de transformação registraram, respectivamente, quedas de 6% e 14,9%.
As exportações apresentaram redução para praticamente todos os destinos, no acumulado do ano, exceto para Ásia e Oceania.
“A soja e a carne bovina tem sido destaque, em grande medida puxado por demanda crescente da China”, observou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão.
Por outro lado, as exportações para EUA e Argentina, que compram produtos brasileiros da indústria de transformação, caíram, respectivamente, 31,1% e 22%.
“A indústria da transformação É um grupo mais afetado pela crise mundial. O comércio mundial como um todo, é composto principalmente por produtos industrializados. É natural que esses bens apresentem desaquecimento maior”, comentou Brandão. Apesar da queda no ano, a exportação mensal para a Argentina avançou 3,8%.
Do lado da importação, houve queda de todas as principais origens. No ano, as importações da Ásia caíram 10,6% e 28,5% da Argentina. Há ainda recuo de 18,4% e 15,2% das compras originadas nos Estados Unidos e na União Europeia, respectivamente.
Acumulado do ano
No acumulado do ano, a balança comercial avançou 18% ante mesmo período de 2019, com um montante total de US$ 42,445 bilhões.
Enquanto as importações caíram 14% somando US$ 114,336 bilhões de janeiro a setembro, as exportações apresentaram recuo de 7%, totalizando US$ 156,780 bilhões, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A Secretária de Comércio Exterior (Secex) revisou suas estimativas para a balança comercial no fim de 2020. Agora, a previsão para o fim do ano é de um saldo comercial de US$ 55 bilhões, 14,4% superior ao resultado de 2019.
A expectativa é de que o resultado seja a diferença entre US$ 210,7 bilhões em exportações e US$ 155,7 bilhões em importações. Assim, a corrente de comércio deve ser de US$ 366,3 bilhões, com recuo de 9% em relação ao ano passado.
As projeções preveem uma menor queda de exportações e importações. Brandão explicou que no caso da exportação, isso se justifica por uma demanda externa crescida pelos principais bens exportados pelo Brasil.
“Apesar de os volumes não serem mais crescentes no mesmo ritmo, observamos melhora nos preços dos bens exportados, com quedas menores. Isso é decorrente da melhora da demanda mundial, que faz com que os preços subam ou caiam menos”, disse Brandão.
“Pelo lado da importação, é um sinal de retomada da economia interna, que demanda mais bens importados. Observamos mais importação, por exemplo, de insumos eletroeletrônicos, que não víamos antes. Isso pode ser decorrente de melhora do consumo nacional”, acrescentou.
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