Fiat e GM negociam empréstimos com bancos privados e BNDES

O valor total estimado para cada empresa é de R$ 4 bilhões. A expectativa, por enquanto, é que cerca de 25% desse total venha do BNDES

Trabalhadores em linha de montagem de fábrica de automóveis em São Bernardo
Trabalhadores em linha de montagem: Fiat e GM devem receber R$ 4 bilhões cada em empréstimos emergenciais. Ford e Fiat não estão na mesa de negociações
Foto: Nacho Doce/Reuters

As montadoras Fiat e General Motors estão em negociações com o BNDES e com os bancos privados para obter empréstimos emergenciais por causa da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

O valor total estimado para cada empresa é de R$ 4 bilhões. A expectativa, por enquanto, é que cerca de 25% desse total venha do BNDES e o restante dos grandes bancos.

Segundo apurou a reportagem, a Volkswagen desistiu do financiamento. A Ford também não está na mesa de negociações. Outras montadoras discutem financiamentos com o banco estatal, mas os valores tendem a ser menores.

No total, as montadoras solicitaram entre R$ 60 bilhões e R$ 90 bilhões ao BNDES e os bancos, mas o setor financeiro sinalizou inicialmente com cerca de R$ 40 bilhões. O total de recursos disponível, no entanto, vem diminuindo, porque muitos setores estão solicitando ajuda.

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As montadoras paralisam praticamente toda a sua produção no mês de abril para evitar a disseminação do coronavírus. As vendas de veículos despencaram dos usuais 10 mil a 12 mil veículos por dia para cerca de 2 mil.

O grande entrave tem sido as garantias dos financiamentos. Enquanto o BNDES e os bancos querem um aval direto das matrizes, as montadoras resistem a essa modalidade. As empresas também reclamam do que classificam como uma “timidez” do governo brasileiro diante da crise.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) propôs ao BNDES que as montadoras entregassem como garantia os créditos tributários que possuem com o próprio governo. Mas os bancos não concordaram.

Fontes próximas às negociações dizem que a entidade vem tentando viabilizar junto ao ministério da Economia a transformação desses créditos em títulos de dívida emitidos pelo governo federal. Esses títulos podem ser oferecido aos bancos como garantia.

As montadoras estimam que o setor tem cerca de R$ 25 bilhões em créditos de ICMS não devolvidos. Já técnicos do governos dizem que boa parte desses créditos não estão confirmados.

O BNDES abriu ainda uma linha de financiamento para cadeias produtivas com o objetivo de preservar os fornecedores de diversos segmentos como varejo, têxtil, petróleo e também os fabricantes de autopeças.

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