Governo ainda fará injeção de R$ 110 bi na economia até janeiro, diz secretário

Segundo Adolfo Sachsida, o valor vai ajudar a economia a manter força para a retomada nos últimos meses de 2020 e no início do ano que vem

O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, afirmou que o governo ainda prevê que cerca de R$ 110 bilhões sejam injetados na economia até janeiro de 2021. O montante ainda é referente aos recursos de medidas emergenciais para o combate ao impacto da pandemia de Covid-19 na atividade econômica. 

Segundo o secretário, o valor vai ajudar a economia a manter força para a retomada nos últimos meses de 2020 e no início do ano que vem.

“Isso nos dá muita convicção de que a economia terá a necessária tração para, liderada pelo setor de serviços, fechar 2020 bem e entrar em 2021 para, passo a passo, caminhar para desenvolvimento sustentável”, disse durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (17). 

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De acordo com a apresentação dele, o montante contempla R$ 45 bilhões em parcelas restantes do auxílio emergencial, bem como R$ 15 bilhões em saques do FGTS ainda não realizados. Além disso, entram ainda na conta R$ 50 bilhões poupados com o auxílio emergencial que já foram pagos. 

A avaliação é de que esses recursos serão expressivos na recuperação econômica no pós-crise. “São valores suficientes para garantir a tração, para termos a retomada econômica”. 

Ele reforçou que o governo está “muito convicto” de que, a partir de outubro, o setor de serviços estará cada vez mais forte, de forma a garantir a tração necessária para que o país entre em 2021 com uma boa velocidade de crescimento do PIB.

“Voltando o distanciamento social pré-covid, volta o setor de serviços e volta tudo. Então, tecnicamente falando, acho que já endereçamos muito bem essa questão (do auxílio)”, observou mas lembrou que a última palavra sobre uma prorrogação cabe ao presidente da República.   

Emprego vai crescer em 2021 

Sachsida também destacou que os reflexos da crise no emprego tem sido mais forte no mercado de trabalho informal. Assim, o desemprego voltaria recuar no ano que vem. 

“O desemprego está vindo majoritariamente do setor informal, que tem mais flexibilidade do que o setor formal. Ou seja, a população ocupada irá crescer em 2021 com a redução do distanciamento social. A medida que o distanciamento social diminua, você volta a ter, rapidamente, a contratação de informais. Então, o emprego vai crescer em 2021”, avaliou. 

Ele voltou a defender a redução do custo de contratação no país. “Os dados indicam que o custo do trabalho formal no Brasil está 180%. Então, se você pagar R$ 1.000 para o trabalhador, o empregador paga R$ 1.800 ou mais. Isso quer dizer que o trabalhador recebe pouco e o empresário paga muito porque tem uma série grande de custos no Brasil associados à contratação do trabalho”, criticou. 

Segundo ele, uma agenda da secretaria de previdência e trabalho sobre normas regulamentadoras de saúde e trabalho poderá ajudar a reduzir esse custo já no curto prazo. 

“Várias dessas normas estão completamente desatualizadas, mas elas impõe um custo muito grande para o empregador. Então, trabalhar nisso cria emprego formal. Estamos trabalhando para diminuir o custo do emprego no Brasil”, explicou. 

Chance de 2ª onda é “baixíssima”

Apesar de esclarecer que a equipe econômica não realiza estudos na área de saúde ou epidemiológica, Sachsida chegou a afirmar que acha “baixíssima” a probabilidade de que o país seja atingido com uma segunda onda da pandemia. Isso, segundo ele, porque vários estados do país já atingiram imunidade de rebanho.

“Os nossos estudos aqui na SPE indicam que a probabilidade de uma segunda onda é baixa. Honestamente, acho muito baixa a probabilidade de segunda onda no Brasil”, comentou. 

De acordo com ele, embora não faça estudos na área da saúde, a “SPE tem o dever institucional de acompanhar vários indicadores econômicos, que são afetados diretamente pelo distanciamento social, que é afetado diretamente pelo número de casos.

Seria uma irresponsabilidade se eu não acompanhasse isso”. o secretário informou que os dados usados pela SPE são da PNAD contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). 

“Quando me pergunta a chance de uma segunda onda, eu digo que, com os dados que eu tenho, é baixa. Estamos acompanhando isso, não do ponto de vista de epidemiologia, mas precisamos saber como está disseminado isso para fazer nossas previsões econômicas”, completou.

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