Ideia de eliminar auxílio emergencial aos poucos é boa, diz economista

Isso porque, para José Márcio Camargo, a economia está voltando

O economista José Márcio Camargo falou à CNN nesta segunda-feira (29) que a ideia de fazer um phase out (eliminação em fases) do auxílio emergencial de R$ 600 “é boa” para as contas públicas. “Esse auxílio emergencial é um auxílio diante de uma catástrofe. Mas a economia está voltando. Flexibilizando o isolamento, as pessoas, principalmente os informais e os trabalhadores por conta própria, vão voltar à sua atividade produtiva e começar a gerar renda novamente”, disse.

Segundo ele, conforme as pessoas forem retornando para a normalidade, mesmo não sendo de uma hora para outra, o governo federal reduzirá a transferência de renda, que foi exatamente feita para uma emergência.

Programas

sociais

Camargo defendeu também que o gasto social no país seja mais eficiente. “No Brasil nós gastamos praticamente 25% do PIB [Produto Interno Bruto] em programa sociais, dos quais 14% na previdência, mas temos 11% com transferências de renda e outros programas sociais, que foram criados um atrás do outro sem coordenação. É perfeitamente razoável fazer um programa mais estruturado com determinado objetivo”, afirmou.

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Para ele, o Bolsa Família é um ótimo exemplo disso. “Se você conseguir substituir todos esses programas por um programa desse tipo poderá dar uma transferência de renda um pouco maior”, falou. Na avaliação do economista, seria interessante favorecer as crianças, fazendo com que as famílias coloquem seus filhos em creches, por exemplo, “porque o auge da capacidade do ser humano está na primeira infância”. 

“É importante separar isso da reinserção dos informais e dos trabalhadores por conta própria no processo produtivo. É preciso modernizar esse programa de transferência de renda para pobre e, ao mesmo tempo, criar um programa para incentivar as pessoas a se reincidirem no setor produtivo”, explicou.

(Edição: André Rigue)

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