Pacote de ajuda às montadoras deve superar R$ 40 bilhões
O formato é um empréstimo de longo prazo do BNDES e dos bancos privados para as montadoras


O pacote de ajuda para as montadoras enfrentarem os impactos do coronavírus deve superar R$ 40 bilhões, apurou o CNN Business com duas fontes envolvidas na discussão.
O formato é um empréstimo de longo prazo do BNDES e dos bancos privados para as montadoras. Ainda está em discussão qual deve ser o tamanho da participação do banco estatal.
As montadoras estavam pedindo entre R$ 60 bilhões e R$ 90 bilhões, mas a equipe do BNDES sinalizou com um volume entre R$ 40 bilhões e R$ 44 bilhões. Cada empresa está agora enviando ao banco estatal suas necessidades de recursos.
As negociações ainda estão em andamento e o anúncio deve demorar algumas semanas. Procurado, o BNDES disse que “não comenta programas em discussão”.
A ideia é que, com o caixa reforçado, as montadoras mantenham o pagamento dos fabricantes de autopeças e das concessionárias. É uma maneira, portanto, de apoiar toda a cadeia.
O BNDES também está exigindo que essas empresas mantenham os empregos e só utilizem os recursos no Brasil, já que são multinacionais e poderiam eventualmente enviar o dinheiro para fora. O setor concordou com essas restrições.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, resistiu desde o início do mandato do presidente Jair Bolsonaro a qualquer apoio para o setor automotivo. A crise do coronavírus, no entanto, mudou a situação.
Mais de 90% das montadoras brasileiras estão paralisadas por causa do risco de contaminação dos funcionários e por conta da forte queda na demanda.
Ao contrário dos empréstimos para a folha de pagamento de pequenas e médias empresas, não haverá participação do Tesouro e os bancos devem cobrar um spread. Os juros, contudo, serão muito mais baixos do que está sendo praticado hoje pelo mercado. O setor vem reclamando que os juros subiram muito depois da pandemia, apesar da injeção de liquidez feita pelo Banco Central.