Petrobras é ação preferida dos investidores mesmo com interferência política
A venda de ativos foi um fator importante para a preferência, segundo a plataforma de controle de investimentos SmartBrain


A Petrobras (PETR4) foi a ação preferida dos investidores em fevereiro apesar da interferência política que levou à troca do presidente da estatal, segundo um levantamento feito pela SmartBrain, plataforma de controle de investimentos.
No mês passado, de acordo com a SmartBrain, a rentabilidade mensal da PETR4 foi negativa, fechando o período com uma queda de 16,67%. A rentabilidade anual, por sua vez, caiu 21,52%. Mesmo assim, investir na Petrobras pareceu um bom negócio, e os papéis da companhia ficaram em primeiro lugar no ranking, na frente de ações como a do Banco do Brasil (BBAS3) e da Vale (VALE3).
“No mês passado houve uma queda nas ações motivada pelos investidores que se desfizeram de papéis da companhia por entender que os riscos políticos não estavam precificados e não valiam a pena”, explica Cassio Bariani, CEO e sócio fundador da SmartBrain. “Enxergamos na queda um senso de oportunidade de investimento. A ação caiu tanto que passou a ser recomendada pelo valor baixo, e isso se reflete nas carteiras”, diz.
Para Bariani, isso também pode ser explicado porque o investidor, hoje em dia, tem mais conhecimento sobre como funciona o mercado, é mais maduro e entendeu que “as mudanças não foram significativas para alterar os rumos da empresa a curto prazo”. “Antigamente, não tínhamos a mesma informação sobre investimentos e, agora, todos que investem estão começando a ter uma visão muito mais técnica sobre a oscilação do mercado e têm um comportamento muito mais oportunístico”, afirma.
Em janeiro, a Petrobras estava em quarto lugar no ranking das ações preferidas pelos investidores. No começo deste ano, a VALE3 estava no topo, seguida pelo Itaú Unibanco (ITUB4).
Ricos ficam mais ricos
A SmartBrain também afirmou em um estudo que os investimentos feitos pelos investidores ultra-high (ou ultrarricos, como são conhecidos aqueles com patrimônio acima de R$ 50 milhões) foram mais rentáveis do que os de varejo (com patrimônio de até R$ 300.000) em 2020.
Enquanto a rentabilidade dos ultrarricos foi de 4,63%, a dos investidores de varejo foi de 3,16%. Bariani acredita que a diferença acontece porque os que têm mais patrimônio tendem a ter ações mais rentáveis recomendadas para suas carteiras.
O apetite para risco para os ultra-high também pode ser mais forte. “Vemos que a locação em rendas variáveis, como ações e fundos imobiliários, é um pouco mais alta do que no varejo. Quem tem mais recursos para aplicar, tende a colocar um percentual maior em produtos de renda variável. Com um patrimônio maior, o investidor pode correr mais risco do que quem tem menos”, diz.