Por vendas, Apple aposta em localizador de itens perdidos a preço mais acessível

Para localizar itens como chaves, carteiras, laptops e até mesmo o carro, ele usa a tecnologia Ultra Wideband e deve custar US$ 29 cada (cerca de R$ 160)

 

Quando as pessoas pensam na Apple, logo vem à cabeça itens caros como iPhones, MacBooks e iPads. No entanto, é na linha de acessórios da empresa (capas carregadores e teclados para tablete, por exemplo) que está a estratégia de crescimento de receita. O lançamento do AirTag pode ser o próximo trunfo da marca.

O localizador tem formato de um disco pequeno, plano e circular, feito de aço inoxidável, ou seja, é resistente à água e à poeira. Para localizar itens como chaves, carteiras, laptops e até mesmo o carro, ele usa a tecnologia Ultra Wideband – o mesmo chip usado no iPhone 12- e bluetooth.

 

Embora os rastreadores de localização não sejam tão inovadores -existem produtos semelhantes da Samsung, Sony e Tile –, a novidade é o chip U1 que determina com precisão a distância e a direção de um item perdido.

O dispositivo também contará com tecnologia de realidade aumentada, mostrando uma animação na tela do iPhone ou iPad do usuário quando estiver por perto.

O AirTag supostamente está funcionando desde 2019, quando as imagens escondidas no iOS 13 foram descobertas. Mas só agora, no dia 30 de abril, que ele chegará às lojas. O preço será US$ 29 (cerca de R$ 160) cada ou US$ 99 um pacote com quatro.

Nova linha AirTag da Apple
Nova linha AirTag da Apple
Foto: Apple / Divulgação

 

Os usuários também podem comprar acessórios de couro, como chaveiros, etiquetas de bagagem e um pingente de bolsa da Hermès acoplados à tecnologia.

“Os acessórios da Apple são muito importantes, sob uma perspectiva de negócios, porque tendem a ser produtos com alta margem de lucro”, disse Ben Stanton, analista sênior da empresa de pesquisa de mercado de tecnologia Canalys.”Embora os acessórios não cheguem às manchetes do ponto de vista da receita, eles têm um impacto positivo na lucratividade.”

A chegada do AirTag permitirá à empresa expandir suas ofertas e fidelizar ainda mais os seus usuários como tentativa de driblar o declínio esperado de suas receitas.

O iPhone continuou a dominar a receita da Apple no quarto trimestre de 2020, respondendo por 59% das vendas, em comparação com 12% para sua categoria de acessórios. Mas, como a Apple não inclui mais carregador e cabo nas caixas do iPhone após a compra (no Brasil a Apple foi multada em R$10 milhões por uma série de questões, inclusive a venda extra de carregadores), a demanda por esses itens aumentou no ano passado.

“A própria Apple percebeu que há uma escassez de acessórios em algumas partes do mundo, fazendo com que muitos clientes e varejistas comprassem outras marcas”, disse Stanton, citando o que ouviu de vários distribuidores.

Além disso, o smart Magic Keyboard e o Apple Pencil abriram novos fluxos de receita à medida que os usuários de iPad buscam maior funcionalidade. “Embora os AirTags provavelmente tenham preços bastante baixos, eles podem ajudar a aumentar a receita, já que os usuários podem comprar vários acessórios para diferentes cenários, como para a bolsa, a bicicleta ou as chaves de carro”, disse David McQueen, diretor de consultoria de mercado de tecnologia empresa, ABI Research

Como os clientes estão postergando a compra de smartphones e tablets, a compra de itens mais baratos pode ser uma alternativa para quem quer comprar produtos Apple, mas foram prejudicados financeiramente pela pandemia.

Além disso, é um momento inteligente para o lançamento, já que os clientes estão finalmente saindo após um ano de bloqueio – prontos, talvez, para encontrar coisas que as pessoas invariavelmente perdem quando finalmente puderem sair de casa.

(Texto traduzido. Clique aqui para ler o original)

 

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