Preço de produtos e serviços tem alta de 1,64% em março

Alta foi puxada principalmente por setores de alimentação, habitação e saúde

Pesquisa divulgada pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) nesta segunda-feira (6) mostra que o preço de produtos e serviços teve alta de 1,64% no mês de março. Os setores de alimentação, saúde e habitação foram os que mais contribuíram para a inflação.

Os dados são obtidos comparando os resultados do mês de fevereiro deste ano, quando foi registrada a variação de 0,01%.

Em relação ao IPC (Índice de Preços ao Consumidor), houve alta de 0,34% em março, após uma queda de -0,01% registrada no mês anterior.
 
As classes inflacionadas são: alimentação (+0,35% para +1,35%); habitação (-0,38% para +0,28%); saúde e cuidados pessoais (+0,31% para +0,49%); e comunicação (+0,06% para +0,13%). 
 
Dentre estas classes, houve aumento de preços nos seguintes itens: carnes bovinas (-3,18% para +0,28%); tarifa de eletricidade residencial (-2,53% para +0,34%); artigos de higiene e cuidado pessoal (+0,24% para +0,94%); e mensalidade para TV por assinatura (0,16% para 0,53%).
 
Foi registrada queda de 0,28% nos preços do setor de educação, leitura e recreação. No entanto, a redução no mês anterior havia sido maior: -0,53%.
 
Outro setor em que os preços diminuíram foi o das passagens aéreas, que registrou queda de -2,72%. No entanto, a redução em fevereiro havia sido ainda maior, quando desceu -6,94%.
 
A pesquisa da FGV também revela queda de variação de preços para os grupos de transportes (-0,04% para -0,13%), vestuário (+0,27% para -0,06%) e despesas diversas (+0,16% para +0,03%). 
 
Nestas classes, os maiores recuos foram observados foram nas taxas dos seguintes itens: automóvel usado (+0,43% para -0,22%), roupas (+0,36% para -0,18%) e tarifa postal (+13,56% para -0,71%).

Setores produtivos

De acordo com a pesquisa, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), referente às indústrias e ao setor agrícola, subiu 2,33% no mês de março, após registrar queda de 0,03% no mês anterior.
 
O grupo de bens intermediários — que representa os produtos usados para a manufatura de um bem final, como pneus e peças para carros — ficou 1,22% mais caro em relação a fevereiro, quando houve queda de 0,89%.
 
No campo, o setor de matérias-primas brutas, como minério de ferro, milho, soja, trigo em grãos e café, teve inflação de 5,63%, ante à alta de 0,29% em fevereiro.
 
De acordo com o balanço, os itens que registraram maiores altas foram minério de ferro (- 4,03% para +14,39%); soja em grão (-1,09% para +7,33%); e café (em grão) (-2,07% para +13,19%). Já o algodão (em caroço) registrou aumento +3,69%. No entanto, ainda menor do que alta registrada em fevereiro +8,21%.
 
Por outro lado, houve leve redução no preço de alguns produtos, como: aves (+4,41% para -2,47%) e bovinos (+2,24% para -0,11%) 

O último item da pesquisa é o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que mede a variação nos preços de materiais adquiridos por construtoras. Nesta categoria, houve alta de 0,26%, frente à elevação de 0,33% em fevereiro.
 
Nessa categoria, os grupos que registraram mais variação foram os de materiais e equipamentos (+0,42% para +0,36%) e serviços (+0,63% para +0,09%). O preço da mão de obra se manteve estável, com a mesma alta registrada no mês anterior, de 0,21%.