Produção industrial cresce 3,2% em agosto e engata a quarta alta seguida
Após a queda recorde no 2º tri, a indústria tem mostrado sinais de reação neste terceiro trimestre, mesmo com as incertezas políticas e em relação à pandemia


A produção industrial brasileira cresceu 3,2% em agosto quando comparado a julho e engata a quarta alta seguida, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Industrial Mensal (PMI). No acumulado no ano, porém, a produção recuou 8,6%.
Após a queda recorde no 2º trimestre, a indústria tem mostrado sinais de reação neste terceiro trimestre, mesmo com as incertezas políticas e em relação à pandemia do novo coronavírus. Isso porque, todas as grandes categorias apresentaram alta: bens de consumos duráveis teve o maior crescimento, com 18,5%. Este também foi o quarto mês seguido de expansão na produção, com acumulado de 524,2% nesse período.
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“Há uma manutenção de certo comportamento positivo do setor industrial nos últimos meses. É um avanço bem consistente e disseminado entre as categorias, mas ainda há uma parte a ser recuperada”, analisa André Macedo, gerente da pesquisa.
Os dados da PMI também mostram que, embora tenha engatado a retomada, a indústria ainda apresenta queda de 2,7% na comparação mês a mês, o 10º resultado negativo nessa perspectiva. No acumulado dos últimos 12 meses, a queda é de 5,7%.
“As perdas de março e abril não foram superadas. São quatro altas seguidas e os Bens Intermediários são os únicos acima do patamar pré-pandemia”, afirmou Macedo. “O bom é que mantivemos o campo positivo e é natural que o crescimento seja menos elevado que em meses anteriores. Ainda estamos abaixo do patamar de fevereiro, mas a trajetória é clara de retomada e recuperação.”
Entre os principais pontos de destaque pelo gerente da pesquisa estão a demanda doméstica, que ainda segue afetada pelo grande contingente de pessoas fora do mercado de trabalho, o que pode limitar a expansão da indústria.
“Não sei quando a indústria vai superar a distância para o nível pré-pandemia, os avanços serão menos intensos de agora em diante”, completou Macedo.
Mês positivo
O resultado de agosto, porém, traz um perfil positivo disseminado, principalmente, pelo aumento do ritmo produtivo, com todas as grandes categorias econômicas apresentando ganhos, segundo o IBGE.
O destaque, como mencionado acima, ficou para o aumento de 18,5% na produção de Bens de Consumo Duráveis em agosto sobre julho.
Já a fabricação de Bens de Capital cresceu 2,4% e a de Bens Intermediários apresentou ganhos de 2,3%, enquanto os Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis subiram 0,6%.
Entre as atividades pesquisadas, a principal influência positiva foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias, cuja produção avançou 19,2% em agosto, impulsionada, em grande medida, pela continuidade do retorno à produção após a interrupção decorrente da pandemia.
O setor acumulou expansão de 901,6% em quatro meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda está 22,4% abaixo do patamar de fevereiro último, destacou o IBGE.
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(Com Reuters)