Produção industrial dos EUA cresce pelo segundo mês seguido
A produção fabril ainda não recuperou o patamar pré-crise e está 11,1% abaixo de seu nível de fevereiro.
A produção nas fábricas dos Estados Unidos aumentou pelo segundo mês seguido em junho, uma vez que o setor automobilístico acelerou em meio à reabertura das empresas, mas a melhora na atividade manufatureira foi ofuscada pelo aumento das infecções por Covid-19.
O Federal Reserve informou nesta quarta-feira que a produção manufatureira aumentou 7,2% no mês passado. A produção nas fábricas avançou 3,8% em maio.
A produção fabril ainda está 11,1% abaixo de seu nível de fevereiro.
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Economistas consultados pela Reuters projetavam aumento de 5,6% na produção manufatureira em junho.
As empresas retomaram as operações após fechamento em meados de março em um esforço para retardar a disseminação do coronavírus.
Porém, houve um ressurgimento de novas infecções da doença respiratória, especialmente no sul e oeste dos EUA, regiões densamente povoadas, levando algumas autoridades nessas áreas a fechar os negócios novamente ou interromper a reabertura.
A produção nas fábricas contraiu a uma taxa anualizada de 47,0% no segundo trimestre, depois de recuar a um ritmo de 5,5% no período de janeiro a março. A manufatura, responsável por 11% da economia dos EUA, também passa por dificuldades relacionadas às consequências da guerra comercial do governo Trump com a China.
As cadeias globais de suprimentos permanecem fracas e a demanda por petróleo está enfraquecida, levando a preços mais baixos, o que está diminuindo os gastos de produtores de petróleo com equipamento de perfuração e exploração de poços.
Economistas projetam que os gastos empresariais tenham sofrido contração no segundo trimestre, o quinto declínio trimestral consecutivo.
A produção de veículos automotores e peças disparou 105,0% em junho, após crescer 120% em maio. Mesmo assim, a produção de automóveis permaneceu quase 25% abaixo do nível pré-pandemia.
A alta na produção manufatureira junto com acréscimo de 4,2% na produção em plantas de concessionárias de serviços públicos compensou a queda de 2,9% na produção do setor de mineração, o que resultou em aumento de 5,4% na produção industrial em junho. Em maio, a alta foi de 1,4%.
A produção industrial contraiu a uma taxa de 42,6% no segundo trimestre, o maior declínio desde a Segunda Guerra Mundial, depois de ter caído a um ritmo de 6,8% no primeiro trimestre.
A utilização da capacidade instalada no setor manufatureiro –uma medida de quanto as empresas estão utilizando seus recursos – subiu 4,6 pontos percentuais, para 66,9% em junho. A utilização da capacidade do setor industrial, mais amplo, avançou 3,5 pontos percentuais, para 68,6%, mas ainda está 11,2 pontos percentuais abaixo da média de 1972 a 2019.
Autoridades do Fed tendem a considerar as medidas de uso da capacidade para sinais de quanta “folga” resta na economia –até que ponto o crescimento tem espaço para ocorrer antes de se tornar inflacionário.
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