Quase 10 milhões de brasileiros estão com seus contratos de trabalho suspensos
Para Fernando Miguel Montero, economista-chefe da Tullett Prebon Brasil, pode estar em curso uma subnotificação das demissões no país

O Brasil criou quase 395 mil novos empregos com carteira assinada em outubro, melhor mês da série histórica. Rapidamente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou e fez uma previsão ousada: ele acredita que o Brasil pode fechar 2020 no zero a zero.
Ou seja, sem criar vagas, mas sem perder postos em relação ao ano passado. Só para contextualizar: o acumulado dos 10 primeiros meses tem o pior resultado desde 2016.
Esses dados são parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que passou por uma reformulação em sua metodologia, e, desde então, apresenta números que surpreendentemente positivos.
Mas há resultados que não merecem comemoração. É o caso dos quase 10 milhões de trabalhadores que não foram demitidos simplesmente porque os seus contratos estão suspensos.
Fernando Miguel Montero, economista-chefe da corretora Tullett Prebon Brasil, chama atenção para o descasamento entre os dados do Ministério da Economia e do IBGE – que aponta que o número de desempregados atingiu o recorde de 13,8 milhões.
Para o economista, isso pode ser resultado de subnotificação de demissões das empresas.
No episódio de hoje:
– Guedes minimizou o possível ‘atrito’ com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e disse ao analista de política da CNN Igor Gadelha que a relação dos dois é de irmãos.
De fato, irmãos brigam e, algumas vezes, um deles realmente tem razão. Às vezes, é o mais velho, às vezes, o mais novo.
– O Brasil vive um momento econômico binário: ou a economia engrena com crescimento e juros baixos no futuro ou a situação piora com mais inflação e baixo crescimento no médio prazo.
Para o UBS, o que vai determinar se será o primeiro ou o segundo cenário é a política fiscal e as reformas estruturais.
– Menos de uma semana: este foi a duração dos estoques do PlayStation 5 que custa a bagatela de R$ 4,7 mil no Brasil.
Uma rápida pesquisa nos principais sites de comércio eletrônico do país mostra que o produto está totalmente esgotado nesta Black Friday. É o que mostra uma reportagem de Matheus Prado, repórter aqui do CNN Business.
– Por falar em compras, antes de gastar nesta Black Friday, entre em sites de comparação de preço e pesquise o histórico do produto que você quer comprar.
Confira se há dois ou três meses o item estava realmente mais caro do que hoje. Assim, você saberá se o valor oferecido na Black Friday é, de fato, uma promoção.
E cuidado com lojas desconhecidas e que oferecem desconto no boleto, pois com essa forma de pagamento é mais difícil de conseguir devolução do dinheiro, caso você tenha problemas.
– Não é só o carrinho de compras que ficará cheio nesta sexta. A agenda econômica também está recheada.
Às 8h, a Fundação Getúlio Vargas divulga o IGP-M de novembro, e analistas ouvidos pela Reuters preveem alta de 3,22% no mês.
Às 9h, é a vez do IBGE divulgar a pesquisa da Pnad contínua com o desemprego do terceiro trimestre. Neste caso, os economistas preveem que o indicador passará de 14,4% para 14,9%.
Por fim, às 9h30, o BC divulga o resultado do mercado de crédito em outubro.
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