Reeleição de Trump favorece acordo comercial com o Brasil, diz Amcham

O fator continuidade e a proximidade do mandatário americano com o presidente Jair Bolsonaro facilitariam o processo na visão da Câmara Americana de Comércio

Uma eventual reeleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos pode favorecer um acordo comercial mais amplo com o Brasil. Se o escolhido for o rival democrata Joe Biden, as negociações serão muito mais complicadas.

A conclusão está no primeiro dos quatro relatórios que a Câmara Americana de Comércio (Amcham) vai produzir sobre como o resultado das eleições americanas, marcadas para 3 de novembro deste ano, podem impactar o Brasil.

“A vitória de Trump representaria uma continuidade da agenda de aproximação já em curso”, diz Abrão Neto, vice-presidente executivo da Amcham, citando as negociações de simplificação de comércio e de normas regulatórias que vem ocorrendo. A proximidade do mandatário americano com o presidente Jair Bolsonaro também facilitaria o processo.

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Trump é avesso ao livre comércio e tem promovido uma cruzada contra os produtos chineses, mas o Brasil mantém um balança deficitária com os Estados Unidos. De janeiro a maio, o saldo nas trocas entre os dois países é negativo em R$ 13,1 bilhões para os brasileiros.

Já o candidato democrata Joe Biden, se vitorioso, tende a retomar uma agenda mais pró-livre comércio e favorável aos fóruns multilaterais de discussão. Mas, no caso específico do Brasil, as relações podem azedar por causa da política ambiental de Bolsonaro, que vem sendo bastante criticado pelo desmatamento da Amazônia.

Nesta semana, deputados democratas enviaram uma carta ao representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, dizendo que “têm fortes objecções a qualquer aproximação comercial com o Brasil do presidente Jair Bolsonaro”. Esses deputados fazem parte da Comissão de Orçamentos e Tributos, uma das mais importantes do Congresso americano.

Biden ainda não se manifestou publicamente sobre qual é sua posição em relação ao Brasil, mas a carta dos deputados democratas é considerada uma importante indicação. A tendência é que ele seja muito mais preocupado com a agenda ambiental a exemplo do ex-presidente Barack Obama de quem foi vice.

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