Reforma não terá efeito transformador no curto prazo, diz economista
Pedro Fernando Nery, economista e consultor legislativo, disse que texto enviado ao Congresso não terá efeito transformador no curto prazo
O envio da reforma administrativa do Executivo para o Legislativo trouxe dúvidas sobre o real impacto da proposta, especialmente por não alterar as regras dos servidores atuais. Em entrevista à CNN, Pedro Fernando Nery, economista e consultor legislativo, disse que o texto enviado ao Congresso não terá efeito transformador no curto prazo.
“Como a reforma não afeta os servidores atuais, ela não terá efeito na dívida pública no médio e longo prazos nem trará abertura ao teto de gastos para pagar o Renda Brasil. No curto prazo servirá para dar maior eficiência na prestação de serviços públicos”, disse.
Leia também
Reforma administrativa: veja o que pode mudar com a proposta do governo
Maia não descarta votar reforma administrativa em dezembro
Reforma fundamental é a que abre espaço no teto, diz Campos Neto

Questionado sobre a explicação do governo de não ter feito maiores alterações porque não é competência do Executivo alterar regras de servidores públicos de outros poderes, Nery disse que isso não procede.
“Embora a reforma enviada de fato inclua categorias da elite do funcionalismo público, ela deixou de fora membros do Ministério Público e juízes, que já foram contemplados em reformas do passado, como a de 1998,” diz o economista.
“Não cabe ao poder Judiciário enviar proposta de emenda à constituição. O poder executivo poderia sim, se quisesse, enviar emenda tratando de férias de juízes e outras questões.”
(Edição do texto: Paulo Toledo Piza).