Retomada será lenta e gradual, dizem associações de bares e roupas
Consumo caiu cerca de 40% no setor têxtil e 80% nos restaurantes
As vendas no comércio varejista brasileiro recuaram 2,5% em março contra fevereiro, impactadas pelas medidas de isolamento impostas para tentar conter o avanço do novo coronavírus, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para bares e restaurantes, a realidade não é diferente. O setor apresentou queda no consumo de 80% em sua arrecadação durante a pandemia. O cenário se repete no setor têxtil.
Em entrevista à CNN, Edmundo Lima, diretor executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX) e o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci avaliaram a situação como ‘delicada’.
“Nosso setor começou a sentir a crise antes do fechamento do comércio. Desde o dia 16 de março nosso setor começou a apontar uma queda muito expressiva representando apenas 15 dias, abril foi um colapso, um arraso total da situação do setor”, disse Paulo Solmucci.
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“A situação realmente é bem delicada, nós tivemos uma queda bastante expressiva como setor não essencial e isso é bem preocupante para nós, por isso as quedas têm ficado em patamares bem grandes”, diz Lima.
Questionado quanto o prolongamento da suspensão de contratos de trabalho e dos cortes salariais, os executivos ponderaram sobre o caso.
“Especialmente na retomada nosso setor é bastante afetado. Há muito pânico e nossos governantes não têm dado transparência necessária para a sociedade e isso gera uma insegurança enorme”, argumenta Solmucci.
“No mesmo sentido, o setor de moda é um grande empregador então estamos buscando, junto ao governo, como a gente pode garantir a manutenção desses empregos. Então estamos nos referindo a redução de jornada, salário e até suspensão de contratos. Isso como paliativo para a gente superar esse momento de crise mais aguda na economia nos próximos meses e é importante que venham medidas do tipo por parte do governo.”, completou Lima.
Quanto à retomada dos setores, ambos os dirigentes concordaram que será feita de maneira lenta, gradual e seletiva devido ao impacto das medidas econômicas anunciadas pelo governo nos contratos de trabalho vigentes durante a pandemia. Eles alegam ainda que o consumidor precisa “se sentir seguro para voltar a consumir, demandará tempo” e que será necessário adaptações na nova realidade pós pandemia.
