‘Sarah Cooper: Everything’s Fine’ dá à imitadora de Trump palco maior na Netflix
Paródias do presidente americano fazem sucesso nas redes sociais


As paródias precisas de Sarah Cooper do presidente Trump a transformaram em uma sensação das redes sociais, uma oportunidade de promoção que não apresentava uma maneira óbvia de se traduzir em uma versão expandida.
Felizmente, seu especial na Netflix com várias participações de estrelas incorpora sua esquete mais famosa —a dublagem de discursos e entrevistas de Trump— enquanto acrescenta alguns poucos quadros extremamente espertos e, talvez inevitavelmente, alguns pedaços mais desajeitados parecidos com os últimos 15 minutos do Saturday Night Live.
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O conceito central de Sarah Cooper: Everything’s Fine elenca a humorista e roteirista como a âncora de um programa matutino de assuntos leves que leva o mesmo título, perdendo lentamente a sanidade (compreensivelmente) ao tentar manter um sorriso falso perpétuo enquanto um mundo assolado por uma pandemia desaba ao seu redor.
Isso oferece a desculpa para uma mistura de segmentos noticiosos (incluindo uma entrada de Trump, interpretado por Cooper em um campo de golfe), comerciais de mentira e excentricidades bizarras, pontuadas por uma parada de convidados estrelados (a melhor de longe é um interlúdio com Helen Mirren), um indicativo de quantos admiradores Cooper reuniu.
Dirigido por Natasha Lyonne, o especial oferece uma apresentação engenhosa dos talentos de Cooper. Isso dito, a hora (ok, são 49 minutos) poderia francamente ser mais forte ao pular as divagações e aderir de maneira mais forte o conceito de sátira noticiosa, como quando Cooper discute o problema enfrentado por zoológicos antes de acrescentar alegremente, “vamos eufemizar o que acontece com todos os animais”.
A longa lista de participações inclui Maya Rudolph (que também está entre os produtores), Jon Hamm, Ben Stiller, Jane Lynch, Megan Thee Stallion, Marisa Tomei e Winona Ryder, colocando a estrela do especial em muito boa companhia. Ainda, esse é claramente o show de Cooper, com uma sensação nostálgica daqueles programas de variedades construídos ao redor de talentos da comédia como Richard Pryor, apesar de ser mais temático e apontado para a política.
A televisão tem um histórico difícil com tentativas de capitalizar sobre artistas que atingiram o estrelato por meio de novas plataformas, que tendem a inovar por necessidade. Por essa medida, a estreia de Cooper na Netflix está sob impressionante equilíbrio, especialmente ao se levar em conta os desafios logísticos de produzi-lo durante uma pandemia. (Um quadro envolve o produtor de um programa fictício, interpretado por Fred Armisen, usando uma série de equipamentos cada vez mais elaborados para se proteger).
Em seu melhor, Everything’s Fine (em tradução livre, “Tudo está bem”) é um lembrete de que tudo está certamente nada bem, conjurando risada ao capturar o absurdo de tudo, muito como os vídeos de Cooper imitando Trump. Esse é o presente, resumindo, que Cooper ofereceu em pedaços de 60 segundos àqueles perdendo a sanidade, e, se nada além disso, esse especial parece um reconhecimento merecido pelos serviços prestados.
Sarah Cooper: Everything’s Fine estreou em 27 de outubro na Netflix
(Texto traduzido, leia o original em inglês)