Sindicato de médicos do Japão pede ao governo que cancele os Jogos de Tóquio

Profissionais da saúde apresentaram um pedido formal de cancelamento da Olimpíada endereçado ao primeiro-ministro Yoshihide Suga

O sindicato de médicos no Japão pediu ao governo que cancele os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio devido à pandemia de coronavírus em curso.

Membros do sindicato foram ao Ministério da Saúde do Japão na quinta-feira (13) para apresentar um pedido por escrito dirigido ao primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga.

“É difícil para os atletas, mas alguém tem que dizer que os Jogos devem ser cancelados. Fizemos o pedido (ao governo) porque achamos que os profissionais de saúde devem se manifestar”, disse Naoto Ueyama, o chefe do sindicato nacional dos médicos, em uma entrevista coletiva na quinta-feira. 

No pedido por escrito, Ueyama advertiu que os Jogos podem se tornar um evento superdimensionado, já que dezenas de milhares de atletas, treinadores, dirigentes e jornalistas de todo o mundo vêm ao Japão. Ueyama disse que mesmo sem espectadores, o evento pode levar à circulação de variantes resistentes às vacinas.

“É impossível realizar Jogos Olímpicos seguros e protegidos” em meio à pandemia do coronavírus, escreveu Ueyama. “Eu me oponho veementemente à sua realização”.

Ueyama acrescentou que a taxa de vacinação do Japão é a mais baixa entre os países da OCDE. Ele também acrescentou que a raiva e a confusão são galopantes entre os profissionais de saúde japoneses, que são forçados a trabalhar horas extras para combater a pandemia.

A Cerimônia de Abertura dos Jogos está marcada para 23 de julho, mas ainda restam dúvidas sobre como Tóquio pode realizar um grande evento esportivo e manter voluntários, atletas, oficiais – e o público japonês – protegidos do Covid-19.

Essa preocupação foi ampliada pela batalha do Japão com uma quarta onda. Os casos de coronavírus no país estavam em 660.884 na quinta-feira, de acordo com a Universidade Johns Hopkins. Várias prefeituras – incluindo Tóquio – estão em estado de emergência até o final de maio.

 

 

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