Após perder maioria no Senado, primeiro-ministro da Itália renuncia ao cargo

Giuseppe Conte entregou renúncia ao presidente Sergio Mattarella, que abrirá consulta com partidos para tentar superar impasse político sem novas eleições

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, entregou sua renúncia ao chefe de Estado nesta terça-feira (26), abrindo caminho para consultas formais sobre como superar a crise política sem a necessidade de novas eleições, disse o gabinete do presidente.

O presidente Sergio Mattarella iniciará conversas com líderes partidários na tarde de quarta-feira (27), disse seu gabinete, acrescentando que Conte foi convidado a permanecer como interino durante as negociações.

Conte perdeu a maioria no Senado, na semana passada, quando o partido centrista Italia Viva, liderado pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, saiu da coalizão por causa da forma como o governo lidou com a crise do coronavírus e a recessão econômica.

Além disso, os esforços de Conte para atrair senadores independentes e centristas para as fileiras do governo tiveram pouco sucesso.

 

Premiê da Itália, Giuseppe Conte, pediu responsabilidade aos italianos
Giuseppe Conte renunciou ao cargo de primeiro-ministro da Itália após perder maioria no Senado
Foto: Reuters

Ele estava no cargo de premiê desde junho de 2018 e espera que o presidente lhe dê um mandato para formar um novo governo com apoio mais amplo no Parlamento, disseram fontes do governo.

Se o presidente acha que Conte pode garantir o apoio necessário para montar um novo governo, o presidente provavelmente lhe dará alguns dias para tentar finalizar um acordo e criar um novo gabinete.

Até agora, os principais partidos da coalizão – o anti-establishment Movimento 5 Estrelas e o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda – apoiaram os esforços de Conte para permanecer no poder.

“Conte é o elemento essencial e precisamos ampliar e relançar a ação do governo”, disse Debora Serracchiani, vice-chefe do PD, à emissora estatal RAI.

No entanto, se Conte não conseguir encontrar novos aliados, Mattarella terá que apresentar um candidato alternativo considerado capaz de montar uma coalizão viável.

E se tudo mais falhar, o presidente terá que convocar uma eleição, dois anos antes do previsto, embora analistas políticos digam que este é o cenário menos provável.

As pesquisas de opinião mostram que Conte é o líder mais popular da Itália, com um índice de aprovação de 56%, quase 20 pontos acima do próximo político mais próximo, de acordo com uma pesquisa publicada pelo jornal Corriere della Sera no sábado (23).

(Com informações da Reuters)

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