Brasil e EUA se unem contra candidatura da Argentina à presidência do BID
O objetivo da aliança, que inclui a Colômbia, é derrotar a postulação do argentino Gustavo Béliz, braço direito do presidente argentino


Brasil e Estados Unidos estão liderando a formação de uma coalizão no continente americano para apoiar a candidatura brasileira à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com sede em Washington. Uma fonte no governo federal relatou à CNN que a união de forças deve contar, ainda, com a Colômbia. O objetivo da aliança é derrotar a postulação do argentino Gustavo Béliz, braço direito do presidente Alberto Fernández.
Um dos nomes cotados para ser o candidato brasileiro é o banqueiro Rodrigo Xavier, ex-presidente do UBS e do Bank of America no Brasil. A CNN apurou que, até agora, ele é o favorito do ministro Paulo Guedes, da Economia. Outro nome cogitado pelo Palácio do Planalto é o de Maria Silvia Bastos, ex-presidente do BNDES. As eleições ocorrerão na primeira metade de setembro.
A presidência do BID é ocupada há quinze anos pelo colombiano Luis Alberto Moreno. O banco é uma das instituições multilaterais de crédito de maior prestígio do mundo e possui um total de US$ 136,3 bilhões em ativos. Apenas no ano passado, o BID concedeu US$ 12,9 bilhões em empréstimos.
Se vitoriosa, a coalizão brasileira deve levar os Estados Unidos à vice-presidência executiva do banco, de acordo com uma fonte diplomática consultada pela CNN. Juntos, Brasil, Colômbia e Estados Unidos controlam 44,4% dos votos dentro do BID. Na última quarta-feira (27), o ministro Paulo Guedes se reuniu por videoconferência com a ministra de Economia e Finanças do Uruguai, Azucena Arbeleche, justamente para tratar da candidatura brasileira ao BID. O vizinho austral tem 1,2% dos direitos a voto do organismo.
“Para ser eleito Presidente do BID, um candidato deverá obter o apoio de países membros que representem a maioria absoluta do poder de voto do Banco, bem como da maioria absoluta dos governadores dos países membros regionais (os 26 países membros mutuários mais o Canadá e os Estados Unidos)”, esclarece o BID.
Do outro lado da fronteira, a Casa Rosada já assegurou o apoio do presidente Andrés Manuel López Obrador, do México, à candidatura de Gustavo Béliz. Juntos, argentinos e mexicanos têm 18,6% dos votos do BID.
Correndo por fora, a Costa Rica quer apresentar a candidatura de sua ex-presidente, Laura Chinchilla, para presidir o Banco. Uma fonte diplomática ouvida pela CNN avalia que a candidata tem a vantagem de já ser uma personagem bem conhecida do cenário latino-americano. “Ela carrega um peso próprio”, avalia.
As eleições para a presidência do BID ocorrerão em setembro, presencialmente, na cidade de Barranquilla (Colômbia). No entanto, a campanha eleitoral já ocorre a todo vapor, mesmo à distância. Por conta da pandemia do novo coronavírus, as candidaturas estão impossibilitadas de viajar para negociar presencialmente o apoio de outros países.