Casa Branca inclui professores na lista de trabalhadores essenciais
O presidente da Federação Americana de Professores disse que a designação poderia ser usada para "ameaçar, intimidar e coagir" os professores

A Casa Branca declarou formalmente nesta quinta-feira (20) a inclusão dos professores na lista de trabalhadores essenciais.
A medida representa mais um esforço do governo federal na promoção do retorno das atividades escolares presenciais nos EUA. A retomada das aulas é vista com preocupação por diversas autoridades, podendo representar um aumento na disseminação da doença.
Sob a orientação do Departamento de Segurança Interna divulgada esta semana, os professores agora são considerados “trabalhadores de infraestrutura crítica” e estão sujeitos às mesmas restrições que outros trabalhadores com esse rótulo – como médicos e policiais.
A mudança é apenas a mais recente na campanha do governo para pressionar os distritos e acelerar a retomada do ensino presencial.
A orientação para trabalhadores essenciais afirma que eles podem continuar seu ofício mesmo após a exposição a um caso confirmado de Covid-19, desde que permaneçam assintomáticos.
Randi Weingarten, presidente da Federação Americana de Professores, disse que a designação poderia ser usada para “ameaçar, intimidar e coagir” os professores sem as devidas considerações.
“Se o presidente realmente nos visse como essenciais, ele agiria como tal. Os professores são e sempre foram trabalhadores essenciais – mas não essenciais o suficiente, ao que parece, para que a administração Trump comprometa os recursos necessários para manter a segurança na sala de aula”, disse Weingarten.
Ele pediu ainda que Trump seguisse a ciência.
Retomadas problemáticas
Mais de 300 alunos e professores foram afastados e colocados em quarentena no Condado de Martin, Flórida, no início do mês.
Eles são considerados casos suspeitos do novo coronavírus. Laurie Gaylord, superintendente do distrito escolar do condado, disse à CNN que as escolas decidiram abrir após ordem de emergência do comissário de educação do estado.
Na Geórgia, mais de 1.100 alunos, professores e funcionários também foram afastados no distrito escolar do condado de Cherokee. Dezenas de pessoas foram diagnosticadas com a doença 10 dias após a reabertura das escolas da região, realizada no começo de agosto.
(Sob supervisão de Evelyne Lorenzetti)