Morte de homem após ação policial desencadeia protestos na Colômbia

Javier Humberto Ordóñez recebeu descarga de arma de choque e morreu após seguir para delegacia. Segundo polícia, ele descumpria isolamento social

Javier Humberto Ordóñez, de 46 anos, foi morto na Colômbia após operação policial na qual recebeu descargas de uma arma de choque. A notícia desencaderou protestos no país entre quarta e esta quinta-feira (10).

Em seu Twitter, a prefeita de Bogotá, Claudia López, chamou a morte de Ordóñez de exemplo de “brutalidade policial inaceitável”.

O incidente ocorreu na manhã de quarta-feira em Bogoatá, quando, segundo a polícia, Javier Humberto Ordóñez, bebia álcool na rua com outras pessoas, em violação às regras de distanciamento social destinadas a conter a disseminação do novo coronavírus.

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Em um vídeo amplamente compartilhado, Ordóñez é imobilizado no chão por dois policiais e submetido a choques elétricos sucessivos enquanto implora: “por favor, não mais”.

O homem foi posteriormente levado para uma delegacia de polícia onde seus amigos e familiares alegam que ele foi sujeito a mais abusos. Ele morreu mais tarde em um hospital.

Centenas de manifestantes se reuniram em frente à delegacia onde Ordóñez estava detido, segundo uma testemunha da Reuters, alguns usando latas de lixo, pedras e paus para bater nas janelas. A delegacia e um veículo da polícia foram grafitados e uma motocicleta queimada.

Ao menos duas delegacias de polícia foram incendiadas e três outras foram atacadas em diferentes áreas de Bogotá, disse a polícia nacional, junto com protestos violentos em outras cidades, incluindo Medellín, Ibagué e Pereira.

“Vamos oferecer assistência jurídica à família de Javier para que haja uma condenação não apenas dos responsáveis ??diretos, mas também para ver uma reforma estrutural que previna e pune a brutalidade policial”, disse López, a prefeita, no Twitter.

Os policiais envolvidos foram dispensados ??de suas funções durante as investigações, informaram as autoridades.

“Não pode haver tolerância para o abuso de uniforme ou de autoridade”, disse o presidente Iván Duque durante um evento, acrescentando que penalidades “objetivas” devem ser aplicadas.

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