Polícia do DF prevê conflito com diplomatas pró-Maduro para desocupar embaixada

Documento interno registra pedido de reforço de efetivo para evitar entrada de manifestantes em favor do regime venezuelano

Documento interno da Polícia Militar do Distrito Federal aponta que as forças de segurança de Brasília se prepararam para a possibilidade de um conflito com diplomatas e manifestantes ao proceder com a desocupação da embaixada da Venezuela na capital federal.

O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não reconhece Nicolás Maduro como governante da Venezuela. Diante disso, tomou a decisão de expulsar os diplomatas que representam hoje Maduro no Brasil. 

No ofício, datado de quinta-feira (30), o major Rodrigo Camargo Campos reporta informações de que neste sábado (2) o Ministério das Relações Exteriores vai declarar que os diplomatas são “persona non grata” no Brasil.

Confirmado este movimento, os diplomatas receberiam um prazo de 48 horas para deixar o país. Findado este prazo, perderiam a imunidade diplomática, o que permitiria às forças de segurança que desocupassem a embaixada.

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“Baseado nas informações colhidas até o momento, é bastante provável que haja resistência por parte dos diplomatas venezuelanos em sair da embaixada”, escreve o major. “Isto importa dizer que há a
possibilidade de movimentos sociais atuarem em defesa dos diplomatas venezuelanos podendo ocupar
as instalações da embaixada, o que dificultaria o processo de retirada e demandaria emprego de tropa
especializada e reforço de efetivo”.

De acordo com o documento, apesar do prazo de imunidade diplomática vencer, em tese, apenas na segunda-feira (4), Campos afirma que há a orientação dos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e André Mendonça (Justiça e Segurança Pública) que, após a comunicação da declaração de persona non grata, apenas os diplomatas venezuelanos sejam autorizados a entrar e sair da embaixada.

Campos pede ao tenente-coronel Wellington Mendes, comandante do segundo Comando de Policiamento Regional Metropolitano, reforço de policiamento. O major teme que não seja possível evitar a entrada de manifestantes no local da embaixada, o que dificultaria o cumprimento da desocupação.

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