Reitora renuncia após mais de 700 casos de Covid-19 em universidade nos EUA
Unidade de Oneonta da Universidade Estadual de Nova York foi criticada por falta de testes e distanciamento. Universidade nega que surto foi razão da renúncia


A reitora da unidade de Oneonta da Universidade Estadual de Nova York renunciou nesta semana, em decorrência das centenas de casos de Covid-19 relatados dentro da instituição desde o início do semestre.
Em um comunicado anunciando o novo reitor interino, na quinta-feira, o chanceler da Universidade Estadual de Nova York, Jim Malatras, disse que a Dra. Barbara Jean Morris havia “feito a transição de sua posição como reitora” e que ela queria “buscar outras oportunidades”.
Um porta-voz da universidade disse à CNN que Morris renunciou.
Leia também:
Estados Unidos superam 8 milhões de casos do novo coronavírus
Brasileira casada com o vice-governador da Pensilvânia sofre racismo nos EUA
A universidade relatou 712 casos de estudantes com o novo coronavírus desde a inauguração de conjuntos residenciais universitários em 17 de agosto.
Isso é mais da metade do número total de casos relatados de testes positivos nos campi em todo o sistema da Universidade de Nova York. Houve 1.167 casos positivos relatados em 61 campi diferentes.
O número crescente de casos de vírus levou a unidade de Oneonta a mudar do aprendizado presencial para um formato inteiramente online no final de agosto.
Jim Urso, porta-voz da Universidade de Nova York, comentou sobre a renúncia de Morris.
“O aumento de casos da Covid-19 ocorreu no início de setembro. Só quero esclarecer que a renúncia dela não veio no meio desse aumento”, disse Urso à CNN.
“Ela não renunciou no meio desta crise. Estamos fazendo uma revisão sobre o que aconteceu. Não é como se ela renunciasse no meio da noite, enquanto os alunos testavam positivo às dezenas.”
Universidade não testou os alunos na chegada
A renúncia da reitora em exercício da unidade de Oneonta ocorre depois que a universidade decidiu não testar os alunos ou colocá-los em quarentena na chegada aos campi.
Logo depois, a Universidade observou um aumento nos resultados positivos. Quando a liderança tentou tomar medidas punitivas contra estudantes por desobedecer às ordens de distanciamento social, o vírus já havia se espalhado.
“Reconhecemos que houve vários problemas com a resposta de Oneonta à implementação de seu plano de reabertura no outono”, disse Urso à CNN. “Nosso chanceler reconheceu isso. É um registro público neste momento.”
Jennis Craig, o ex-reitor interino da unidade de Purchase da Universidade de Nova York, que relatou apenas três infecções desde o início do semestre, servirá como reitor interino de Oneonta..
A busca por alguém para ocupar o cargo de forma permanente deve começar em breve.
Eryn Kenney, uma estudante do terceiro ano com especialização dupla em Educação de Adolescentes e Francês na universidade, que mora fora do campus, gostaria que a universidade tivesse feito mais para reduzir a disseminação do Covid-19 no campus.
“Acredito que a reitora deveria ter lidado com Covid-19 muito melhor”, disse Kenney à CNN na sexta-feira. “A maioria das unidades da Universidade de Nova York exigia testes antes do início do semestre. Minha irmã estuda em Plattsburgh e os testes são obrigatórios.”
Kenney disse, ainda, que “também poderia ter havido mais restrições sw distanciamento social”, acrescentando que ela gostaria que a administração tivesse forçado os alunos que moram no campus a realizar uma quarentena quando chegaram, como fizeram algumas outras universidades.
A estudante também reconheceu, porém, o papel que os alunos desempenharam na disseminação que saiu do controle.
“Eu acredito que é em parte culpa [do corpo discente]”, disse ela. “Eu acredito que grande parte da propagação poderia ter sido evitada se os alunos não tivessem festejado ou não tivessem ido a qualquer lugar sem máscaras.”
A Universidade de Nova York em Oneonta tem cerca de 6.700 alunos matriculados, de acordo com seu site.