‘O Líbano precisa de todo tipo de ajuda’, diz embaixador no Brasil

Após a explosão que atingiu Beirute nesta terça-feira (4), o embaixador do Líbano no Brasil, Joseph Sayah, falou à CNN nesta quarta (5) e disse que o país precisa de toda a ajuda neste momento. 

“O Líbano precisa de todo tipo de ajuda, especialmente suprimentos cirúrgicos, todo tipo de medicamento”, disse. “A explosão foi gigante, em tamanho sem precedentes, quase tirou o porto de Beirute inteiro”. 

Ele conta que o presidente Jair Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo e outros políticos entraram em contato com ele desde ontem para oferecer solidariedade e ajuda. A embaixada também está aberta para ofertas da sociedade civil, pelo email sec.embaixador@libano.org.br ou pelo telefone (61) 99943-7880. 

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Sayah disse que a explosão não poderia ter chegado em um momento pior. “O Líbano está atravessando um momento difícil desde outubro passado, mais a situação da pandemia e chegou o acidente agora. Com certeza estamos com medo e preocupados”, contou. “Mas nós contamos com o nosso espírito. O povo libanês tem o dom de sobreviver”.

Ele disse que os navios foram redirecionados para um porto no norte do país e que espera que não demore muito para a reconstrução.

Ainda não há versão oficial sobre o que causou a explosão, mas Sayah contou qual é a principal hipótese. “A história semioficial circulando é sobre um navio que veio muitos anos atrás, destinado para um lugar na África, mas parou em Beirute para fazer reparos. A mercadoria foi confiscada e armazenada no porto, ainda não sabemos por que não foi dispensada ou removida”, disse.

“Isso é tudo que sabemos, muitos especialistas falam coisas diferentes, com relatos conflitantes. É muito difícil confirmar com certeza o que aconteceu”, afirmou. Como faz pouco tempo desde o incidente, ainda não está definido como será a ajuda brasileira e de outras nações, mas o embaixador disse que o país está aberto para receber qualquer oferta de nações amigas. 

Questionado se essas nações amigas envolveriam Israel, inimiga do Hezbollah, o embaixador disse que não é o momento de entrar em questões políticas. “Estamos tentando focar na ajuda aos feridos e às pessoas sem abrigo”, declarou.

Diplomacia

O ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo visitou o embaixador Joseph Sayah na tarde desta quinta. O ministro prestou condolências e solidariedade pelas vítimas fatais e ofereceu apoio logístico.  

O presidente Jair Bolsonaro telefonou para o embaixador libanês hoje de manhã e também prestou solidariedade. O presidente informou que poderia enviar, por exemplo, especialistas em escombros para ajudar nas buscas por desaparecidos, caso o governo libanês tenha interesse.

(Com informações de Galton Sé, da CNN, em Brasília. Edição: Leonardo Lellis)