Ato reúne manifestantes em defesa de vidas negras no Rio de Janeiro

Um ato denominado “Vidas negras importam” reuniu manifestantes contra as mortes de crianças e jovens, em sua maioria negras, vítimas de operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro. Cerca de 200 pessoas se reuniram em frente ao Palácio Guanabara, sede oficial do governo do estado, para pedir o fim das ações policiais nas comunidades, neste domingo (31).

O clima ficou tenso com chegada dos policiais do Batalhão de Choque. O coronel Mauro Fliess informou que os manifestantes atiraram pedras no palácio e os policiais precisaram usar armas não letais para dispersar o grupo.

De acordo com a polícia, uma pessoa foi detida após entrar pela porta lateral do palácio e atirar uma pedra em direção a uma viatura. Uma policial foi atingida por uma pedra na cabeça, mas passa bem, segundo a PM.

A manifestação ocorre em meio à onda de protestos nos Estados Unidos por causa da morte de George Floyd, sufocado por um policial em Minneapolis, no Estado de Minnesota.

Os participantes pediam o fim da morte de jovens negros nas favelas – como a do menino João Pedro, de 14 anos, morto neste mês durante operação policial no Complexo do Salgueiro, no município de São Gonçalo. Ele estava dentro de casa quando foi atingido.

Os manifestantes carregavam cartazes com dizeres como “Vidas negras importam”, “Estado genocida” e “Parem de nos matar”.

Em transmissão ao vivo do ato, o ativista Raull Santiago, do Complexo do Alemão, afirmou que eles estavam ali para “tentar sobreviver ao vírus sem ter que se esquivar do tiroteio da polícia, sem ter que carregar os corpos dos nossos irmãos e das nossas irmãs.”

De acordo com os organizadores do ato, já são mais de 70 registros de mortes em ações policiais no estado. Em abril, o Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ), contabilizou 177 mortes decorrentes de intervenção policial no Rio de Janeiro.

*Com informações Estadão Conteudo