‘Brasil pode definir meta mais ambiciosa contra desmatamento’, diz economista

Economista Gesner Oliveira vê meta do Brasil de zerar a emissão de carbono até 2050 como "completamente exequível"

 

Jair Bolsonaro (sem partido) participou da  Cúpula do Clima nesta quinta e sexta-feira (26 e 27 de abril) e prometeu antecipar a neutralidade da emissão de carbono para 2050 e extinguir o desmatamento ilegal até 2030. De acordo com o economista Gesner Oliveira, as metas são modestas.

“O Brasil tem outro dever de casa para ser feito, que é o desmatamento. O Brasil tem que eliminar o desmatamento ilegal e deve colocar uma meta mais ambiciosa”, disse. “A meta de zerar o carbono em 2050 e de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 são relativamente modestas comparadas ao que o Brasil pode fazer para seu próprio benefício e em benefício do mundo”, continuou.

Gesner Oliveira analisa que o Brasil tem condições para se transformar em uma potência ambiental, uma vez que diferentemente dos Estados Unidos, a nossa matriz energética é mais limpa. Segundo o especialista, enquanto 80% da matriz norte-americana depende exclusivamente do petróleo, no Brasil existem as fontes de energias renováveis, como a solar e a eólica. 

“Dada a nossa biodiversidade e a nossa matriz energética, nós temos condições de ser vendedores de crédito de carbono para países como a Rússia, a China e os próprios Estados Unidos, que vão precisar comprá-los. O Brasil já é uma potência agro e pode se transformar em uma potência agroambiental.”

Gesner Oliveira, economista
Economista Gesner Oliveira analisa posição do Brasil na Cúpula do Clima, organizada por Joe Biden.
Foto: Reprodução / CNN

Gesner analisa que a mudança de tom junto aos líderes da Cúpula do Crime foi um gesto necessário. “A comunidade financeira, os investidores, a comunidade internacional está atenta. O discurso feito nos primeiros dois anos de governo prejudica investimentos e a marca Brasil. A mudança de tom foi um sinal positivo e será preciso investigar se as providências a serem tomadas daqui para frente vão corresponder a esta mudança”, observou.

 

 

 

Tópicos