Caso Kathlen: policial militar afirma que houve confronto

Familiares da modelo serão ouvidos nesta sexta-feira (11)

A CNN teve acesso ao depoimento de um dos policiais militares que participou da ação que vitimou a jovem grávida, Kathlen Romeu, de 24 anos, na última terça-feira (8), na comunidade do Lins de Vasconcelos, que fica na zona norte do Rio. Cinco dos 12 PMs envolvidos na ação já prestaram depoimento à Polícia Civil.

Segundo a versão do cabo da PM, à qual a CNN teve acesso, a equipe fazia um patrulhamento de rotina pela comunidade, quando se deparou com homens armados. Houve troca de tiros e os suspeitos fugiram. Em seguida, o policial disse que ouviu pessoas gritando que uma mulher havia sido atingida por um tiro. O PM se aproximou e ajudou no socorro da grávida até o Hospital Municipal Salgado Filho, que fica na mesma região. Mas a jovem não resistiu aos ferimentos.

De acordo com a tia de Kathlen, a avó da modelo, que estava com a neta no momento que ela foi atingida no tórax, irá prestar depoimento nesta sexta-feira (11).  Os pais e o marido de Kathlen também devem ser ouvidos.

A Polícia Civil apura de qual arma partiu o disparo que matou a jovem. As armas dos PMs foram apreendidas, assim como munição intacta e estojos usados na ação.

No entanto, vestígios de cápsulas não foram encontrados durante a perícia realizada pelo Grupo Especial de Local de Crime (Gelc).

A CNN entrou em contato com a PM, que segue afirmando que o local onde a jovem foi baleada foi preservado para a realização da perícia.

Segundo a versão oficial, homens da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Lins foram atacados por criminosos. A corporação apura o caso, mas não dá informações sobre as investigações.

A 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro informa que instaurou Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para investigar, em procedimento independente, os fatos que causaram a morte de Kathlen de Oliveira Romeu.

Por sua vez, a Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar do MPRJ informa que também instaurou PIC para apurar eventual crime militar relacionado ao caso. Informa, ainda, ter acionado a Corregedoria da PMERJ requisitando a instauração de Inquérito Policial Militar.