Com encerramento de motim, Bolsonaro antecipa saída das Forças Armadas do Ceará

Paralisação de policiais durou 13 dias. Nos nove primeiros, pelo menos 198 pessoas foram assassinadas no estado, mais que o triplo da média do resto do mês

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) antecipou a saída das Forças Armadas do Ceará de sexta (6) para esta quarta-feira (4). Ele alterou o decreto de Garantia de Lei e da Ordem (GLO), que enviou os soldados ao estado para ajudar na segurança após um motim da Polícia Militar local.

Após 13 dias, o movimento chegou ao fim no início desta semana. A categoria aceitou a proposta oferecida pelo governo cearense e já retornou ao trabalho.

A Polícia parou de divulgar os dados de mortes após o nono dia de paralisação. Até essa data, houve 198 homicídios — cerca de 28 a cada dia, mais que o triplo da média do resto do mês, de oito assassinatos diários.

Os agentes de segurança só suspenderam a paralisação depois que o governo ofereceu uma série garantias — entre elas, a de que os processos sobre as infrações cometidas por cada envolvido no motim vão acontecer “de forma parcial, isenta e transparente”. Um reajuste salarial também foi prometido, mas os detalhes ainda serão decididos entre o Executivo e a Polícia.

A Constituição Federal proíbe a paralisação de agentes de segurança pública.

 

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