Com pandemia, mais da metade dos idosos sem vínculo empregatício perdeu renda

Os dados são de uma pesquisa coordenada pela Fiocruz que busca investigar como o novo coronavírus tem afetado a vida da população brasileira

Com a pandemia do novo coronavírus, 36% dos idosos brasileiros que ainda trabalham ficaram sem rendimentos ou tiveram grande diminuição na renda. Entre aqueles que não possuem vínculo empregatício, esse número sobe para 55%. 

Os dados são de uma pesquisa coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que busca investigar como a Covid-19 tem afetado a vida da população brasileira. Resultados preliminares do estudo apontam para questões como o aumento de problemas relacionados à saúde mental dessas pessoas.

Antes da pandemia, 52,3% dos idosos tinham trabalho remunerado e 42% atuavam sem vínculo empregatício. Essa desvantagem é maior entre as mulheres, já que a cada duas idosas que trabalham, uma não tem vínculo. Entre os homens, o porcentual desse recorte é de 37%.

Hoje, 34% dos idosos que trabalham exercem atividades consideradas essenciais, como assistência à saúde, segurança, transporte, serviço bancário, entre outros. Desse grupo, 37% são mulheres.

Assista e leia também:
Fiocruz trabalha em vacina contra Covid-19 e pode produzir doses concorrentes
Covid-19 circulou no Brasil mais de 20 dias antes da 1ª confirmação, diz Fiocruz
OMS oficializa Fiocruz como laboratório de referência nas Américas

Ainda de acordo com a Fiocruz, 42% dos idosos que atuam em setores essenciais conseguiram reduzir o contato social no trabalho.

O estudo mostra ainda que a cada dez domicílios, quatro têm ao menos um morador mais velho, e 18% dos idosos entrevistados moram sozinhos. Com isso, o grupo dos cuidadores fica ainda mais vulnerável. Em 56% das casas em que há um idoso assistido por um cuidador, o profissional continuou trabalhando em meio à pandemia.

A pesquisa foi realizada com 45.161 indivíduos entre os dias 24 de abril e 24 de maio de 2020, através de um questionário online. De todos os entrevistados, 20% são idosos.

Os dados obtidos estão sendo analisados pelo Grupo de Informação em Saúde e Envelhecimento (Gise) da Fiocruz. A investigação é coordenada pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict / Fiocruz), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas. 

Tópicos