Comissão mista do Congresso aprova contagem paralela de infectados e mortos
"Só assim, poderemos ter certeza da real situação da pandemia que assola nosso Brasil”, justificou o senador responsável pelo requerimento do projeto
A ideia é criar um sistema paralelo de contagem de casos da doença e consequentes mortes e comparar com os dados oficiais divulgados pelo governo federal.
Foto: Amanda Perobelli/Reuters (22.mai.2020)
A comissão mista que acompanha a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas à pandemia de Covid-19, no Congresso Nacional, aprovou, nessa terça-feira (16), requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede) para a formação de uma subcomissão temporária, composta por quatro senadores e quatro deputados, com igual número de suplentes, para criar um sistema paralelo de contagem de infectados e mortos pela doença e comparar com os dados oficiais divulgados pelo governo federal.
Randolfe justifica a iniciativa pelos atrasos na divulgação de dados epidemiológicos sobre a pandemia, em especial, na gestão do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello. “O ápice do problema foi o retardo da divulgação para as 22h, além da mudança na totalização das mortes e a retirada do ar, no dia 5 de junho, dos dados acumulados desde o início da pandemia”, afirmou o senador no requerimento.
Segundo Randolfe, a mudança na prática adotada pelo Ministério da Saúde na divulgação dos dados referentes à pandemia é “injustificável”, não havendo razão alguma para que a publicação dos números seja tardia, principalmente num momento em há um aumento expressivo de mortes por dia.
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Para Randolfe, a retenção das informações atrasa a correta implantação de políticas públicas sanitária sde controle e prevenção da doença.
“Por isso, é urgente que esta comissão mista crie, em caráter de urgência, um sistema paralelo de contagem de casos e mortes causados pela pandemia do novo coronavírus no Brasil. Com isso, poderemos comparar nossos dados com os oficiais divulgados pelo governo federal. Só assim, poderemos ter certeza da real situação da pandemia que assola nosso Brasil”, justificou.