Especialista vê relação entre grandes assaltos a banco e pandemia

'Com a redução da atividade econômica, você acaba gerando redução na atividade criminosa também e, aí, o crime vai precisar de dinheiro', diz Rafael Alcadipani

O professor da FGV e membro do Fórum de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, conversou com a CNN sobre os recorrentes assaltos à bancos registrados nas cidades de Criciúma (SC), Cametá (PA) e Belford Roxo (RJ). O especialista avalia que a maior intensidade dos crimes tem a ver com o período de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus.

“O que me parece é que o crime está precisando de dinheiro, por um lado, após a pandemia. Com a redução da atividade econômica, você acaba gerando redução na atividade criminosa também e, aí, o crime vai precisar de dinheiro. Tem um segundo aspecto que é o fato dos criminosos estarem percebendo que eles facilmente, utilizando armamento pesados e explosivos, conseguem uma grande quantidade de numerário”, observa.

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O terceiro aspecto levantado por Alcadipani se deve à facilidade do crime adquirir armas de grande calibre no Brasil. “O armamento pesado está muito facilitado, é muito fácil se conseguir armamento pesado e se utilizar em áreas urbanas”, pontua.

Como solução, Rafael Alcadipani sugere que o Ministério da Defesa e Segurança Pública aja para que as forças de segurança troquem informações e se articulem em conjunto. Além disso, segundo ele, é importante que os estados desenvolvam planos de contigência para que as polícias e guardas municipais possam agir de forma rápida e sem competição, para poder prender os criminosos. 

Quadrilha assaltou um banco e fez pessoas reféns em uma praça em Cametá (PA)
Um grupo de criminosos assaltou um banco e fez pessoas reféns em uma praça em Cametá (PA)
Foto: Reprodução – 02.dez.2020 / CNN

(Publicado por Leonardo Lellis)
 

 

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