Ex-namorada de Dr. Jairinho deve prestar novo depoimento nesta sexta-feira (16)
Mulher, que manteve relacionamento com o vereador até 2020, disse anteriormente que falou com ele no dia da morte de Henry Borel, mas não houve menção ao tema
Uma ex-namorada do vereador Dr. Jairinho é aguardada na delegacia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, para prestar um novo depoimento nesta sexta-feira (16).
A mulher, que manteve um relacionamento com o vereador por seis anos, entre 2014 e 2020, esteve na delegacia no dia 22 de março e contou à polícia que no dia da morte do menino Henry Borel, ela e o vereador conversaram normalmente por um aplicativo de mensagens.
No depoimento, ao qual a CNN teve acesso, a testemunha afirma que Jairinho não mencionou nada sobre a morte do enteado. A testemunha contou ainda que ficou sabendo da morte do menino através da mídia e de amigos em comum.
No relato dado à polícia, a mulher disse que, apesar do término do relacionamento, em outubro do ano passado, ela e o vereador se falavam com frequência via aplicativo de mensagens e que se encontraram pela última vez, em janeiro deste ano.
Depois, ao ser intimada pela polícia para prestar depoimento no dia 20 de março, ela chegou a falar com a irmã de Jairinho. Mas o próprio vereador entrou em contato com a testemunha e disse para que ela ficasse tranquila, que a polícia queria saber sobre o relacionamento dos dois, se ele era agressivo com ela.
Mais uma vez, o vereador não teria comentado nada a respeito da morte do menino, segundo consta no depoimento.
Na quinta-feira (15), a irmã do vereador disse à polícia que ele e sua namorada Monique Menezes tinham “desentendimentos normais como qualquer casal”.
No depoimento, a mulher – que se identifica como fisioterapeuta – diz também que nunca presenciou nenhuma agressão por parte do irmão a qualquer criança e nunca o viu sozinho no mesmo cômodo que Henry Borel, morto na madrugada de 8 de março.

O termo de declaração obtido pela CNN corresponde à primeira conversa da irmã de Jairinho com os investigadores da morte de Henry. Nele, ela conta que conheceu Monique em novembro, quando ele foi apresentada como namorada do irmão.
A mulher de 42 anos disse ainda que “mantinha distância do relacionamento” dos dois por conta da “atenção demandada” por Henry à mãe. E que foi três vezes ao apartamento do casal, na Barra da Tijuca, além de terem passado juntos um carnaval em Mangaratiba, cidade turística do litoral fluminense.
Sobre a morte de Henry, ela diz ainda que o irmão ligou para a mãe dos dois por volta das cinco horas da manhã do dia 8 de março dizendo que o menino havia passado mal e a família dele foi ao hospital.
“Depois, quando o conteúdo do laudo de exame de necropsia veio a público pela imprensa, Jairinho lhe disse que acredita que tenha sido uma queda, porém reafirmou que estava dormindo e que não sabe ao certo o que aconteceu”, diz o termo assinado pela fisioterapeuta.
A mãe de Henry, Monique Medeiros, deve prestar um novo depoimento à polícia nos próximos dias. O atual advogado da professora disse em entrevista à CNN que “chegou o momento da Monique falar de maneira isenta”.
“Ela vai ter a oportunidade de prestar um novo depoimento com o requerimento que nós fizemos à autoridade policial e o que nós entendemos é que nesse momento ninguém pode falar em nome da Monique, a Monique precisa falar e a estratégia que a defesa tem é única e exclusivamente uma, que a Monique diga a verdade”, disse o advogado Hugo Novais.