Foragido desde 2015, condenado por matar extrativistas é recapturado no Pará
Lindonjonson Silva Rocha era fugitivo do Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes, em Marabá.


Após quase cinco anos foragido, Lindonjonson Silva Rocha, condenado a 42 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em 2011, no Pará, foi recapturado por policiais civis, nesta sexta-feira (7), em uma vila na zona rural de Tucuruí, no sudeste do estado. Ele foi preso após o crime, condenado em 2013 estava foragido desde novembro de 2015, quando fugiu do Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes, em Marabá.
Os ambientalistas eram ameaçados por denunciar a exploração ilegal de madeira e grilagem no Projeto Assentamento Agroextrativista (PAE) Praia Alta-Piranheira, onde moravam e estimulavam a agricultura sustentável na Amazônia. O crime teve repercussão internacional.
“Há alguns meses, tivemos a informação de que ele estava escondido na área rural de Tucuruí, utilizando um nome falso e cometendo possíveis crimes de tráfico de drogas e homicídios. Tudo está em investigação agora”, explica o diretor de Polícia do Interior da Polícia Civil do Pará, José Humberto de Melo Junior.
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Ele explica ainda que seguem nas buscas pelo irmão de Lindonjonson, José Rodrigues Moreira, condenado a 60 anos de prisão como mandante dos assassinatos e que segue em paradeiro desconhecido. Segundo investigações da Polícia Civil, Rodrigues havia comprado dois lotes de terra de dentro da PAE e estava incomodado com as denúncias de Zé Claudio e Maria.

Alberto Lopes do Nascimento, o outro condenado como pistoleiro do crime, foi condenado a 45 anos de prisão e está preso, na capital Belém.
Em entrevista à CNN, Claudelice dos Santos, irmã mais nova de Zé Claudio, diz que esperava há muitos anos que a justiça fosse feita. “Desde as duas da tarde de hoje eu fiquei sabendo da prisão dele e ainda nem consegui acreditar. Enquanto eu não vi as fotos, eu não acreditei, porque eu ainda estava processando isso. Estou cheia de felicidade, estou tensa. Um monte de sentimentos, mas muito feliz. Espero agora que localizem o mandante. Ele tem que pagar pelo que fez. Esse é o papel da Justiça”, disse.