Governo do Rio de Janeiro pode reconsiderar privatização da CEDAE
“O Rio, com pressa, já fez maus negócios simplesmente pela questão financeira. Isso não se repetirá”, disse Cláudio Castro


O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, admitiu que o governo pode reconsiderar a privatização da Companhia Estadual de Água e Esgoto (CEDAE), projeto iniciado pelo governador afastado, Wilson Witzel. O negócio, segundo ele, só será firmado se o relatório do BNDES constatar que será bom para a população do estado. “O Rio, com pressa, já fez maus negócios simplesmente pela questão financeira. Isso não se repetirá”, disse Castro.
A afirmação foi feita na manhã desta quinta-feira (29), no Palácio Guanabara, depois da coletiva de imprensa para o lançamento do edital da primeira fase do programa “Florestas do Amanhã”. Nele, a Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade vai viabilizar a plantação de 2,5 milhões de mudas de diversas espécies em 29 unidades de conservação e outras áreas prioritárias do estado.
A iniciativa é para ajudar no reflorestamento de 1,1 mil hectares de Mata Atlântica. Com isso, o Rio de Janeiro torna-se o primeiro estado da federação a cumprir Acordo de Paris. Entre os compromissos apresentados pelo Brasil no acordo está a restauração de 12 milhões de hectares até 2030.
Nessa primeira fase, o Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), gestor operacional do projeto, vai iniciar o reflorestamento de 544 hectares, dentro do calendário agrícola. Além da restauração de parte da Mata Atlântica, a iniciativa tem um grande impacto na geração de empregos e renda do estado.
“A ideia é aliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade. Eles podem caminhar juntos”, explicou o secretário de Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha.
Leia também:
Gastos com hospitais federais no Rio têm os piores dois anos desde 2010
Relator deve entregar hoje parecer sobre processo de impeachment de Witzel
Governador do RJ exonera filho do Pastor Everaldo, dois meses depois de prisão
Secretaria do Ambiente confirma presença de toxinas em águas turísticas do RJ
Autódromo bloqueado
Durante a coletiva, o governador em exercício também comentou sobre a construção do autódromo no Rio. “Nossa vontade é que a Formula 1 venha pro Rio”, reafirmou.
Quando perguntado sobre o parecer técnico do Instituto Estadual do Ambiente, que apontou inconsistências no estudo de impacto ambiental apresentado pela prefeitura do Rio para construção do autódromo na área conhecida como Floresta do Camboatá, em Deodoro, Castro disse que “o relatório é inconclusivo e não negativo. Ele aponta dificuldades mas não inviabiliza a construção. Mais compensações podem ser oferecidas”, afirmou.
Saúde
Já sobre a situação da saúde no Rio depois do incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso, na terça-feira (25), ele disse que a pasta tenta viabilizar com o Ministério da Saúde formas de atender aos pacientes caso realmente a unidade federal feche por completo.