João Gabbardo: estou seguro com o avanço para a fase verde do Plano SP

Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo avalia etapa que permite a reabertura de cinemas, teatros e museus

O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (9) mudanças nas regras do plano de flexibilização da quarentena, em função do novo coronavírus, no estado.

Com isso, seis regiões da unidade federativa, incluindo a capital, avançaram para a fase verde, etapa que permite a reabertura de cinemas, teatros e museus.

Em entrevista à CNN, o coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, afirma que está “seguro” com a mudança de fase.

“A fase verde é quando nós temos absoluto controle sobre as assistências às pessoas que precisam de atendimento, e, em relação à pandemia, quando está numa fase decrescente. E é o que nós temos no momento”, diz.

Gabbardo explica que, por quase três meses, São Paulo enfrentou uma situação de estabilidade, mas com um número muito elevado de internações, casos e óbitos. 

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Nas últimas semanas, porém, os indicadores apontam para uma redução da transmissibilidade do vírus. 

“Então, hoje, estou muito seguro que os indicadores que nós temos dessas regiões que passaram para a fase verde e cumprem com os requisitos para ampliar a flexibilização”.

Sobre uma possível segunda onda da doença em São Paulo – como vem acontecendo em muitas regiões da Europa –, Gabbardo diz crer que ainda não passamos do primeiro ciclo.

“Saímos da fase de platô, que ficou mantido por dois, três meses. Agora estamos numa fase de redução de casos. A Europa tem um comportamento diferente do Brasil”, argumenta.

Ele pondera que os países europeus, de uma maneira geral, passaram por uma subida do número de casos de maneira muito rápida, além de terem enfrentado um colapso no sistema de saúde.

“E a reação que os governos tiveram foi de um fechamento com muito mais rigor do que tivemos no Brasil. Então, a Europa aumentou rápido e diminuiu rápido”.

Em contrapartida, ele avalia, por aqui, o aumento do número de novos casos não aconteceu na mesma rapidez, e não houve um estresse no sistema de saúde na grande maioria dos estados brasileiros, como São Paulo.

“Isso está dando tempo para que a gente, talvez, não enfrente essa segunda onda porque temos possibilidade de uma vacina que, nos próximos meses, já pode estar à disposição”.

As fases de restrições e flexibilizações do funcionamento de serviços, comércios e atividades variadas são divididas em vermelha (1), a mais grave, laranja (2), amarela (3), verde (4) e azul (5).

Gabbardo explica que o avanço para a fase azul ocorrerá nas seguintes situações: se tivermos medicamento que seja absolutamente efetivo para interromper a transmissão da doença – o que não acredita que acontecerá a curto prazo –; e se tivermos uma redução expressiva na taxa de transmissão.

Portanto, afirma, “a expectativa que nós temos para chegar na fase azul é com a criação de uma imunidade artificial, induzida por vacinas”.

A mudança para fase verde passa a valer a partir deste sábado (10) e vai até 16 de novembro, quando será feita uma nova requalificação.

 

 

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