PF apreende mais de 120 peças em operação contra tráfico de marfim em SP
Segundo a Polícia Federal, o Ibama e a Polícia Ambiental de São Paulo, material era contrabandeado para ser utilizado em obras de arte
A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (15) em São Paulo, em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Ambiental paulista, uma operação na capital com o objetivo de investigar o tráfico de presas de marfim de elefantes. O material é utilizado em obras de arte.
Os policiais cumpriram 11 mandados de busca e apreensão na cidade de São Paulo, contra pessoas que poderiam estar relacionadas ao contrabando desse material.
Após a identificação do comércio de obras no centro da capital paulista, e levantamentos feitos pela Coordenação de Inteligência de Fiscalização da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama confirmarem indícios da prática do crime ambiental, a PF identificou possíveis receptadores do material.
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Segundo a polícia, o crime de tráfico de marfim constitui uma das principais causas da diminuição da população dos elefantes, principalmente no continente africano.
Os agentes descobriram ao menos 11 endereços relacionados a suspeitos de importarem, adquirirem ou comercializarem obras de arte produzidas com marfim.
Mesmo com a proibição da extração e comercialização do material, mais de 50 mil animais são mortos por ano com esse objetivo.
Ao menos 8 pessoas serão ouvidas e, se condenadas, poderão responder pelo crime de contrabando, além de serem multadas por crimes ambientais. O Ibama informou que já foram lavradas multas no valor de R$ 360 mil.
Segundo a PF, os suspeitos não serão presos inicialmente, mas vão ser ouvidos a respeito da origem e os objetos serão apreendidos.
Mais de 120 peças foram apreendidas nesta terça, além um casco de tartaruga, 2 armas brancas e 3 armas de fogo antigas. Estas parecem ser de colecionador e não de porte comum, mas passarão por perícia para se ter certeza sobre isso.
Cooperação internacional
Em 3 de março de 1973, o Brasil firmou uma parceria na Convenção de Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagem em Perigo de Extinção (Cites), realizada nos Estados Unidos. O país se comprometeu a adotar medidas que coibissem o tráfico interno de espécies ameaçadas ou já em extinção.
Ainda de acordo com a PF, há em andamento uma operação internacional denominada Thunder, organizada em conjunto com a Interpol e a Organização Mundial de Aduanas, que apura crimes similares.
(Com informações de Carolina Abelin, da CNN, em São Paulo)