Pinguins usam chinelo em centro da Universidade Federal do Paraná

Invenção diminui risco de bichinhos terem doenças nos pés durante longos períodos em cativeiro e fora da água

A Universidade Federal do Paraná anunciou nesta quarta-feira (9) uma invenção inusitada e para lá de fofa: chinelos para pinguins. 

Pode parecer só um adereço engraçadinho, mas o item tem função importante: ele ajuda a diminuir o risco de que os animais desenvolvam doenças nos pés ao ficarem muito tempo longe de seus habitats naturais.

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“Alguns desses animais acabam passando muito tempo em cativeiro, no processo de reabilitação, e podem desenvolver doenças nos pés, denominadas de pododermatites, por ficarem longos períodos fora da água”, explicou Camila Domit, bióloga e coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação, em comunicado da UFPR.

Ela conta que alguns dos animais chegam ao centro muito debilitados e demandam tempo para aprenderem a comer e nadar sozinhos novamente. “Por isso fazemos alguns testes para reduzir as consequências de longos períodos em cativeiro. Um deles é essa espécie de chinelinho, que deixa os pés dos pinguins mais fofinhos quando estão fora da água”, contou Domit, que acrescentou que viu resultados positivos no experimento. 

Pinguim usa chinelo em centro da UFPR
Pinguim usa chinelo no Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde de Fauna Marinha da UFPR
Foto: LEC/UFPR (9.dez.2020)

“Os pinguins que estão usando o chinelinho estão em tratamento desde setembro e outubro e são considerados retardatários, tendo chegado ao litoral paranaense após o término do inverno. Como estavam mais debilitados, precisarão de mais tratamento e devem passar um período ainda mais longo em cativeiro”, disse a instituição em comunicado.

A ação faz parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, um condicionante para o licenciamento ambiental fedral da Petrobras conduzido pelo Ibama. As atividades avaliam os impactos do escoamento e produção de petróleo sobre a fauna desde Laguna, em Santa Catarina, até Saquarema, no Rio de Janeiro. 

É por meio desse projeto que a UFPR recebe os pinguins debilitados no Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde de Fauna Marinha. Lá, os animais passam por diversos tratamentos “até que estejam recuperados e aptos para retornarem à natureza”. 

 

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