Polícia do RJ investiga empresa por fraude em oferta de vacina contra a Covid-19

Representantes da empresa são investigados por venderam lotes do imunizante da AstraZeneca a municípios do Rio e de Rondônia

A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpre nesta quinta-feira (22) oito mandados de busca e apreensão contra suspeitos de fraudes em oferta de vacinas contra a Covid-19. A empresa e seus representantes são investigados por venderem lotes do imunizante de Oxford/AstraZeneca a prefeituras sem garantir a entrega do produto. Segundo a polícia, mais de 20 municípios receberam a oferta fraudulenta da empresa.

Segundo a Polícia Civil, a empresa oferecia cada dose por US$ 7,90 (R$ 44,00) para municípios. No entanto, como as doses da AstraZeneca estão todas destinadas a consórcios internacionais e a governos de países, não há doses remanescentes para serem comercializadas com empresas privadas ou mesmo com estados e municípios.

Entre os municípios que receberam oferta da empresa, sediada em Recife, estão Duque de Caxias e Barra do Piraí, no Rio; e Porto Velho, em Rondônia. A capital rondoniense, por exemplo, já teria, segundo a Polícia Civil, feito o pagamento, mas ainda não recebeu as doses.

A operação está sendo feita em parceria com a Polícia Civil de Pernambuco e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). 

Profissional de saúde prepara dose da vacina da AstraZeneca contra Covid-19
Profissional de saúde prepara dose da vacina da AstraZeneca contra Covid-19
Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

 

Como funcionava o esquema

O contrato apresentado pela empresa informava que as cidades deveriam realizar o pagamento antecipado por meio de “Swift” (remessa internacional) ou carta de crédito no momento da suposta postagem das doses em Londres, no Reino Unido. Os agentes verificaram que a empresa, além de ser recém-criada, utiliza como endereço um escritório de co-worker e ocultava os dados de registro de seu site. 

O delegado Thales Nogueira, titular da delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (DCC-LD), informou que a investigação começou por meio do compartilhamento de informações entre setores da inteligência da unidade policial, da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e da PRF.  

“Com autorização judicial da 1ª Vara Especializada da Comarca da Capital, a Polícia do Rio realizou a gravação de uma reunião em que os sócios da empresa oferecem as doses para a prefeitura de Barra do Piraí e utilizam como exemplo o município de Porto Velho, em que já houve o pagamento e atraso na entrega das doses prometidas.” disse o delegado.

Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa e estelionato contra a administração pública.

(Com informações da Agência Brasil)

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