Presos e brasileiros no exterior se inscreveram para receber auxílio emergencial
Uma auditoria da Controladoria Geral da União identificou ao menos 205 mil suspeitos de tentar fraudar o programa


Presidiários, servidores públicos, militares, brasileiros que moram no exterior, donos de carros de mais de R$ 60 mil, pessoas que doaram mais de R$ 10 mil nas últimas eleições e donos de embarcações tentaram fraudar o auxílio emergencial, para receber R$ 600 do governo.
Uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) identificou ao menos 205 mil suspeitos de tentar fraudar o programa. Após cortes, em uma segunda rodada, a fiscalização encontrou ainda 30 mil casos de possível estelionato.
Ao colocar o próprio CPF no sistema de busca do programa, até o ouvidor geral da União, Walmir Dias, encontrou o nome dele. De acordo com o ministro da CGU, Wagner Rosário, após o corte do benefício, a investigação continua e pode levar a punição.
“O servidor só vai ser punido se estiver usando de má fé. Tem vários casos de servidores que tiveram o CPFs usados por outras pessoas. Em alguns casos, o CPF era do servidor e a conta era do estelionatário”, afirmou à coluna da CNN.
A CGU é um órgão com a função de controle interno, é chamado pelos funcionários de “órgão anti-corrupção do governo”. O ministro é auditor federal de finanças e controle e, apesar de ter saído das Forças Armadas, normalmente aparece na contabilidade de “ministro da ala militar” porque foi capitão.
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Em meio à pandemia, Rosário editou propostas polêmicas, como a que restringiu a punição de servidores que cometerem erros administrativos. Em outra iniciativa, a CGU manteve a decisão de que são sigilosos os pareceres sobre veto de alguma medida. Essa iniciativa, aliás, foi classificada pela Transparência Internacional de “perversão de valores republicanos elementares”.
O ministro afirmou que o órgão internacional realiza críticas sem conhecimento dos fatos. Para ele, “a informação colocada prescinde de conhecimentos sobre o assunto o que leva a conclusões completamente equivocadas”.