Programas relacionados à pandemia têm 20% de verba efetivamente paga
Levantamento foi feito pelo gabinete do senador José Serra (PSDB-SP)


Levantamento feito pelo gabinete do senador José Serra (PSDB-SP) indicam que o governo já empenhou 71% de R$ 224 bilhões autorizados para despesas relacionadas à pandemia do novo coronavírus. No entanto, cerca de 20% desse valor, ou R$ 43,9 bilhões, foram efetivamente pagos, de acordo com o estudo – quase metade referente aos pagamentos do auxílio financeiro conhecido como “coronavoucher”.
Esses recursos são direcionados aos programas já anunciados pelo governo, como o auxílio financeiro para trabalhadores, ajuda no caixa de pequenas e médias empresas por meio de crédito específico para o financiamento da folha de pagamento desses empreendimentos, repasses para Estados e municípios e emergências de saúde pública. A rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) é operada pelos governos subnacionais e já sente a pressão da alta de casos de COVID-19 em algumas localidades, como Manaus (AM), Fortaleza (CE) e São Paulo.
Para o senador, o governo precisa acelerar não só esses repasses, mas também os pagamentos direcionados aos setores mais vulneráveis, como os trabalhadores informais e autônomos. O estudo da assessoria de Serra com base em dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP) mostra que, até terça-feira (14), foram pagos 66% dos recursos reservados para o auxílio emergencial de R$ 600 – o equivalente a R$ 21,6 bilhões. ” Sem recursos fica impossível manter o isolamento social”, afirma Serra.
“Segurança e agilidade”
Na terça-feira (14), em entrevista coletiva, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, afirmou que o governo tem agido com segurança e agilidade e que o cadastro iniciado na semana passada já reúne dados de 35 milhões de brasileiros. Ontem, de acordo com o ministro, 3,371 milhões de pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) receberam o auxílio de R$ 600 em contas bancárias digitais.
Amanhã (16), beneficiários do Bolsa Família também serão contemplados, conforme o calendário já utilizado pelo governo nos pagamentos regulares do programa de transferência de renda. “Entre quem recebe o Bolsa Família e esses dois grupos do Cadastro Único, até sexta-feira teremos 11,7 milhões de brasileiros com esse crédito depositado no Banco do Brasil ou na Caixa”, afirmou o ministro.