Rezende: Delegada do caso João Alberto foi desastrosa ao descartar racismo
No quadro Liberdade de Opinião, Sidney Rezende falou sobre o racismo estrutural brasileiro
A defesa do policial militar Giovane Gaspar da Silva, um dos seguranças presos pelo assassinato de João Alberto, nega que houve a intenção de matar, ainda mais por motivação racista, e levanta a hipótese de que a vítima pode ter morrido em decorrência de um ataque cardíaco.
No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (23), Sidney Rezende falou sobre o racismo estrutural brasileiro, que perpetua violência contra a população negra do país, após o caso ocorrido no supermercado Carrefour, em Porto Alegre.
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“O Atlas da Violência diz que a soma de pretos e pardos representa 75,7% das vítimas de homicídio no Brasil. Se você tem 75% de negros que morrem, que são vítimas da violência mais do que brancos, é evidente que há um gravíssimo problema no Brasil que tem a ver com aspecto de ordem racial. Para começar, o país já vive dentro dessa moldura”, disse o jornalista.
“A delegada Roberta Bertoldo, a primeira entrevista dela foi desastrosa, sequer a investigação tinha prosseguido, não há nem conclusão, estão sendo analisados vídeos até o momento, mas na primeira entrevista ela descartou racismo. Ela não poderia ter feito isso com uma investigação em andamento. Um delegado não pode descartar no início essa ou aquela linha”, analisou.
“É o tipo de caso que se a imprensa sai de cima, o desfecho é outro. Agora, vem advogado dizer que morreu por parada cardíaca. Eu não consegui contar quantos socos o rapaz deu na vítima. Ninguém resiste aquela saraivada covarde de duas pessoas contra uma”, completou.
O Liberdade de Opinião tem a participação de Sidney Rezende e Alexandre Garcia. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.

(Publicado por: André Rigue)