Roraima pede ao Governo Federal o fechamento de fronteira com a Venezuela

Documento solicitando a medida foi entregue pelo senador Chico Rodrigues (DEM-RR) ao ministro da Secretaria de Governo, Luiz Ramos

O governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), solicitou ao Governo Federal o fechamento das fronteiras do Brasil com a Venezuela e com a Guiana.

Após reunião interministerial no Ministério da Defesa, o entendimento conjunto dos ministros sobre o fechamento das fronteiras será levado para decisão final do presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, às 15h.

O documento solicitando o fechamento da fronteira foi entregue pelo senador Chico Rodrigues (DEM-RR) ao ministro da Secretaria de Governo, Luiz Ramos, no Ministério da Defesa. O senador defendeu o fechamento da fronteira em entrevista a jornalistas.

Bolsonaro recebeu também solicitação da Associação Médica Brasileira para que feche fronteiras com Venezuela e Guiana. Segundo Nympha Akel Salomão, que dirige a instituição em Roraima, o estado está vivendo um desabastecimento no sistema de saúde.

“O município de Pacaraima, que fica na fronteira,  recebe em média, entre 500 e 700 venezuelanos por dia, o que aumenta o risco de circulação do vírus em Roraima, além de sobrecarregar ainda mais os equipamentos  de saúde estaduais e da capital, principalmente após o primeiro caso suspeito relatado”, disse ela à CNN Brasil.

Situação na Venezuela

O governo da Venezuela informou no domingo (15) que sete novos casos de coronavírus foram detectados no país, elevando o total de infectados para 17 pessoas. Segundo Nicolás Maduro, até agora todos os doentes confirmados no país são casos importados de pessoas que estiveram em território estrangeiro. Mesmo assim, o Palácio de Miraflores determinou nesta segunda-feira (16) quarentena coletiva, social e laboral em sete estados, com o objetivo de prevenir a propagação da doença.

A medida entrou em vigor nos estados de Miranda, La Guaira, Zulia, Táchira, Apure e Cojedes, além do Distrito Federal – onde fica Caracas – na manhã desta segunda. “Todos ficamos em casa. À suspensão das aulas em todos os níveis, acrescentamos a suspensão do trabalho. Suspensão legal de todas as atividades de trabalho, exceto as de serviço social e necessidade premente”, explicou o Maduro. Ficarão isentas da quarentena as atividades de distribuição de alimentos, serviços de saúde e segurança pública. Os transportes também funcionarão, mas motoristas e demais operadores do sistema deverão usar máscaras ou outros utensílios para cobrir a boca.

“Avaliamos de maneira honesta e fria que a única maneira de interromper os canais de propagação é entrar, progressivamente e de maneira acelerada, em uma fase drástica da quarentena coletiva”, justificou o líder venezuelano, que já havia decretado estado de alerta em todo o país na sexta-feira (13), quando foram comunicados os dois primeiros casos de COVID-19 na Venezuela.

Hospitais em crise

Especialistas têm demonstrado preocupação com a situação da saúde pública venezuelana em meio à pandemia do novo coronavírus. De acordo com a ONG Médicos pela Saúde, 78% dos hospitais da Venezuela têm abastecimento irregular de água e 63% apresentaram falhas de eletricidade no ano passado.

Em dezembro, 28% das UTIs do país funcionavam de maneira intermitente ou estavam paradas. O país é o 176º entre 195 no Índice Global de Segurança Sanitária, elaborado por um painel de pesquisadores internacionais.