SP: aumento de carros nas ruas tem relação com medo de contágio, diz secretário
Em meio à quarentena, o uso do transporte coletivo caiu 80%, contra uma baixa de apenas 20% na utilização do transporte particular


A retomada das atividades econômicas levou ao aumento do número de carros nas ruas da cidade de São Paulo, segundo dados levantados pela Companhia de Engenharia de Trafego (CET).
Antes da pandemia, a capital chegava a registrar lentidão média de até 150 km. Durante o isolamento social, o índice despencou, e a cidade chegou a registrar apenas 1 km de congestionamento. Com o retorno às atividades e o aumento da circulação, foram registrados 67 km de lentidão no início do mês de julho.
O volume de carros nas ruas é reflexo do abandono do transporte público em meio à pandemia da Covid-19. Em meio à quarentena, o uso do transporte coletivo caiu 80%, contra uma baixa de apenas 20% na utilização do transporte particular – que inclui carros e motos.
Leia também:
Secretário diz que avalia retomar capacidade normal do transporte público em SP
Pandemia ‘empurra’ desempregados para ruas e abrigos em SP
Sobre esse cenário, o secretário estadual de transportes metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, avaliou, em entrevista à CNN nesta quinta-feira (16), que o governo tem monitorado a oscilação no uso do transporte público.
“Desde o início da quarentena, nós implementamos uma operação monitorada, avaliando hora a hora – não somente dia a dia – os impactos da redução no número de passageiros e, agora, o aumento nisso”, afirmou.
Baldy ainda considerou que declarações de especialistas sobre os riscos de contaminação do transporte coletivo “geram um receio e, claro, remete às pessoas que têm condições financeiras a utilizarem os automóveis individuais – sejam veículos próprios, por aplicativo ou táxis”.
Segundo ele, o Metrô de São Paulo chegou a ter uma queda de 80% durante o isolamento social e, mesmo com a retomada, está transportando, em média, 33% dos passageiros de um dia normal.
“Então, essa variação pode, sim, ser parte com o sentimento das pessoas que têm receio e utilizam o transporte individual, e outras que continuam em casa por conta do isolamento social”, disse Baldy.
(Edição: Bernardo Barbosa)