À OMS, ministro interino da Saúde fala em diálogo com estados e municípios
Em discurso na 73ª Assembleia Mundial da Saúde, Eduardo Pazuello reforçou apoio e participação do Brasil em iniciativas internacionais contra a Covid-19


Em seu primeiro compromisso à frente do Ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello, que ocupa o cargo de forma interina desde o pedido de demissão de Nelson Teich, afirmou durante a 73ª Assembleia Mundial da Saúde que o governo tem usado o “diálogo” com estados e municípios para entender as diferentes características de cada região no enfrentamento ao novo coronavírus.
“Por ser o Brasil, um país com dimensões continentais e com características tão diversas, temos estabelecido estratégias distintas a cada região, através do diálogo entre os três entes federativos, com foco atual nas regiões Norte e Nordeste do país, que são as mais afetadas até o momento”, disse Pazuello no evento anual com poder decisório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ele afirmou que o Governo Federal montou duas estruturas para enfrentar a pandemia: um gabinete de crise e um comitê. O gabinete é comandado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e foca nas diferentes demandas interministeriais, explicou. O comitê, liderado pelo ministro da Saúde, pensa nas medidas sanitárias.
“O Governo Federal avalia diariamente a situação de risco e fornece para estados e cidades os recursos necessários para mitigar os efeitos da pandemia”, explicou.
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O pronunciamento em inglês durou 2 minutos e 20 segundos, dentro do tempo cedido a todos os ministros da Saúde ou representantes dos 194 países-membros. Todos participaram por videoconferência por causa da pandemia.
Pazuello escolheu não falar sobre a terceira troca do ministro da Saúde em menos de dois meses, mas afirmou que o Brasil está ajustando seus protocolos de acordo com as evidências e nas experiências nacionais e internacionais dos lugares mais afetados pela Covid-19.
Ele também afirmou que a pandemia criou desafios para todo o mundo e “reafirmou a importância da saúde universal para o desenvolvimento e segurança das nações”
“Reforço o compromisso do Brasil em apoiar e participar das iniciativas internacionais, como o “Solidarity Trial”, e a Aliança Global por acesso a vacina e tratamento contra Covid-19, que fortalecem a cooperação internacional e buscam garantir o acesso universal, ao diagnóstico, aos medicamentos e as vacinas, que nos permitirão salvar mais vidas e retornar à normalidade de forma segura, sem que ninguém fique para trás.”
Em seu discurso, o ministro também manifestou solidariedade às famílias que perderam parentes para o novo coronavírus e homenageou os profissionais de saúde envolvidos no combate à doença.